Título: Governo vai tentar adiar, pela 3ª vez, instalação de CPI
Autor: Vasconcelos, Adriana; Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 10/06/2009, O País, p. 5

BRASÍLIA. Diante da resistência da oposição para devolver aos governistas a relatoria da CPI das ONGs, o governo deverá repetir hoje a estratégia de esvaziar a sessão de instalação da CPI da Petrobras, adiando pela terceira vez, em apenas dez dias, o início das investigações sobre a estatal.

Com isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganha mais uma semana para contornar divergências entre PMDB e PT, que inviabilizaram até agora a definição dos nomes do presidente e do relator da nova CPI. Mesmo em minoria nas duas comissões, a oposição ameaça dar trabalho ao Planalto, obstruindo, sempre que possível, as votações no plenário do Senado e do Congresso Nacional, como ocorreu ontem.

Mesmo com dificuldades, o governo atuou para tentar pacificar a os partidos da base aliada, e o sinal mais claro foi um almoço entre o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), e o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), além de outros peemedebistas. Na noite anterior, o presidente Lula se encontrou com Renan, Mercadante e José Sarney num jantar na casa do deputado Michel Temer (PMDB-SP), quando o clima pareceu menos tenso entre os presentes. Renan manteve o mistério sobre a indicação de Jucá para a relatoria da CPI da Petrobras, como deseja o governo:

- Não há definição. Não paramos para pensar em nomes. Até porque temos poucos nomes. Apenas três senadores. No momento, a discussão é se instala ou não a CPI. Para a política, precipitar fatos é mortal - disse Renan, que resiste a indicar Jucá para relator, como quer o presidente Lula.