Título: Empurrão estratégico
Autor: Gois, Chico de; Paul, Gustavo
Fonte: O Globo, 10/06/2009, Economia, p. 30

Máquinas e eletrônicos terão ajuda.

BRASÍLIA. O governo já estuda medidas para incentivar dois setores considerados importantes para impulsionar o crescimento este ano: bens de capital (máquinas e equipamentos) e eletroeletrônicos. Segundo os técnicos, a indústria de bens de capital precisa continuar ativa. Se ela sofrer um forte desaquecimento por causa da redução dos investimentos dos demais setores, a recuperação da atividade produtiva no país passará a depender de importações.

- Esse tipo de indústria (bens de capital), você não deixa morrer - disse um integrante da equipe.

Os cálculos do governo mostram que os investimentos vão crescer menos em 2009. Sem a crise, a taxa de investimentos fecharia o ano em 21% do PIB. Mas agora ficará próxima de 18%.

O governo deve publicar hoje uma medida provisória (MP) autorizando a União a fazer um aporte de R$4 bilhões para garantir financiamentos a micro e pequenas empresas. Esse dinheiro será dividido entre dois fundos - um do BNDES e outro do Banco do Brasil (BB) - e vai dar garantia a R$48 bilhões em financiamentos.

Pela MP, o Tesouro vai garantir recursos dos bancos privados emprestados a micro, pequenas e médias empresas. Isso será feito via fundo garantidor, que será criado pelo BB. Bradesco, por exemplo, poderá conceder os empréstimos e recorrer ao BB para terem acesso à cobertura do risco. O BNDES vai criar outro fundo, para cobrir os recursos da própria instituição, repassados aos agentes financeiros.

O fundo cobrirá até 80% do valor do empréstimo, limitados a 7% do total da carteira de cada banco. Além dos R$4 bilhões da União, as instituições deverão contribuir com 0,5% do valor da operação e o tomador, com um percentual pequeno.