Título: Emprego industrial cai 0,7% em abril, a sétima queda consecutiva
Autor: Santiago, Anna Luiza
Fonte: O Globo, 09/06/2009, Economia, p. 22

Na comparação com o mesmo período de 2008, o recuo foi de 5,6%

Anna Luiza Santiago

O emprego na indústria brasileira registrou queda de 0,7% no mês de abril em relação a março, quando a redução tinha sido de 0,6%. Comparando com abril de 2008, o recuo foi de 5,6%, o pior resultado da série histórica do IBGE, iniciada em 2001. Foi o sétimo recuo seguido do indicador.

Com isso, a perda acumulada do país desde outubro do ano passado chega a 6,6%. Nos quatro primeiros meses deste ano, a redução acumula 4,4% em relação ao mesmo período de 2008.

De acordo com André Macedo, coordenador da pesquisa do IBGE, as quedas nos meses de março e abril foram menos acentuadas que as dos três meses anteriores, o que pode sinalizar o início de uma recuperação da produção industrial no Brasil. Macedo ressalta que a comparação com 2008, ano de bom desempenho da indústria no país, favoreceu a sequência de resultados negativos:

- O início de 2008 foi um período positivo para a indústria, com reflexo favorável no mercado de trabalho. Já a produção nesse início de 2009 ainda não conseguiu suplantar a queda do fim de 2008.

Folha de pagamento tem redução de 0,2% em abril

Das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE, São Paulo foi o que teve o maior impacto negativo no resultado nacional, com recuo de 4,2% nos empregos industriais em relação a abril de 2008, seguido por Minas Gerais (-7,2%) e Região Norte e Centro-Oeste (-8,8%). Em São Paulo, houve diminuições em 14 dos 18 setores pesquisados, com destaque para os meios de transporte (-11,3%) e produtos de metal (-12,7%).

Já o Rio de Janeiro apresentou retração de 3,3% em comparação com abril do ano passado, a queda menos intensa entre os locais pesquisados. Alimentos e bebidas e produtos de metal foram os principais responsáveis pelo recuo (-6,6% e -13%, respectivamente), enquanto as pressões positivas vieram dos setores extrativo (6,7%), produtos químicos (6,6%) e máquinas e equipamentos (9,6%).

No total do país, 16 dos 18 segmentos pesquisados reduziram o pessoal ocupado. As principais influências negativas foram dos setores de vestuário (-9,7%), meios de transporte (-9,4%), produtos de metal (-10,2%), além de máquinas e equipamentos (-8,5%).

O número de horas pagas em abril caiu 0,4% frente a março. No acumulado do ano, de janeiro a abril, o recuo foi de 7,1%. O valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria também diminuiu: queda de 0,2% em abril em relação a março, depois de já ter recuado 2,7% em março, na comparação com fevereiro. Se levado em conta o resultado de abril de 2008, a retração foi de 1,8%.

No Rio, houve o segundo maior crescimento da indústria nacional (4,8%) com relação a abril de 2008, ficando atrás apenas do Espírito Santo (6,6%).