Título: No INSS, greve contra avaliação de desempenho
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Fonte: O Globo, 17/06/2009, O País, p. 8

Servidores querem incorporar gratificação extra ao salário; no Rio, pelo menos dois mil ficaram sem atendimento

BRASÍLIA e RIO. Servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que entraram em greve ontem por tempo indeterminado, reivindicam a incorporação da gratificação por avaliação ao salário, sob o argumento de que o atual modelo penaliza aposentados do órgão. Com a incorporação, os servidores passariam a receber o acréscimo no salário sem necessidade de se submeterem à avaliação de desempenho feita pelo INSS. Os grevistas também querem manter a jornada de 30 horas semanais, em vez de 40 horas, sem redução salarial.

Segundo a Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), a paralisação atingiu 17 unidades da federação: Rio, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Piauí, Espírito Santo, Ceará, Pará, Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Sergipe e Amazonas.

O INSS informou que atendeu 176.505 segurados ontem - 90% do movimento normal. Segundo o órgão, pelo menos 852 agências não foram afetadas, 100 pararam parcialmente e 12 deixaram de funcionar. O balanço considerou 964 das 1.110 unidades, pois o INSS não recebeu informações das demais.

O órgão informa que o segurado que não for atendido deve remarcar seu horário na própria agência. Para efeito de concessão do benefício, será considerada a data inicial. Segurados que remarcarem o agendamento via Central 135 terão o início do benefício computado a partir do novo agendamento.

O INSS destacou que, na última sexta-feira, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Og Fernandes considerou ilegal e abusiva a paralisação, por entender que não houve negociação prévia com o INSS.

No Rio, pelo menos dois mil segurados ficaram sem atendimento nos postos do INSS ontem. Eles encontraram as agências fechadas e tiveram que remarcar os serviços. O gerente Regional do Rio, Minas Gerais e Espírito Santo, Manoel Lessa, informou que, das 91 unidades do estado, seis não abriram, sete funcionaram parcialmente e 78 atenderam normalmente.

- Fiz a perícia dia 18 de junho e vim buscar o resultado. Fiquei sem saber se o auxílio-doença foi revalidado - lamentava a demonstradora de supermercado Ivonete Rita Viana, ao sair do posto de Irajá, que funcionou parcialmente.