Título: Assessora de senadora mora há 2 anos nos EUA
Autor:
Fonte: O Globo, 21/06/2009, O País, p. 5

Magno Malta usou ato secreto para pôr espião no Conselho de Ética.

SOLANGE: temporadas no Brasil

BRASÍLIA. A servidora do Senado Solange Amorelli, lotada no gabinete de Serys Slhessarenko (PT-MT), mora há dois anos nos Estados Unidos, na cidade de Bethesda, perto de Washington. Assim como "Secreta", recebe um salário de R$12 mil no Senado, além de horas extras. Ontem, depois que a notícia foi divulgada no blog de Ricardo Noblat, no site do GLOBO, Serys informou que Solange será dispensada e posta à disposição do Departamento de Recursos Humanos do Senado.

Em nota, Serys confirmou que a servidora está lotada em seu gabinete, mas alegou que ela se encontrava de licença funcional. Noblat apurou, no entanto, que a licença funcional de Solange expirou há mais de um mês. Solange é casada com um diretor do Banco Mundial e ingressou nos quadros do Senado há mais de 20 anos, em 1988. Nos EUA, ela acompanha senadores que visitam Washington, atendendo a pedido da senadora. O procurador da República Marinus Marsico também investigará o caso.

Solange visita o Brasil a cada quatro meses, e se hospeda em Brasília. Entre suas atividades em Bethesda está a participação em eventos realizados por uma entidade que presta assistência a latinos. A servidora também se dedica à entidade The Maryland Federation of Women"s Clubs.

Serys alegou, antes de divulgar a nota, que Solange está sempre no Brasil, prestando serviços, mas sem especificar que tipo de trabalho exerce nestas temporadas. A senadora disse que Solange chega ao Brasil amanhã e entrará com pedido de férias no Senado. "Informo, ainda, que colocarei a referida servidora à disposição do departamento de Recursos Humanos do Senado nessa segunda-feira, órgão que deferiu a licença e a quem cabe avaliar a regularidade do fato", diz a nota.

Segundo a Agência Estado, o senador Magno Malta (PR-ES) usou um ato secreto para plantar um espião no Conselho de Ética da Casa, enquanto estava em análise o processo de cassação de seu mandato. Malta acabou absolvido. O pastor evangélico Nilis Castberg, segundo suplente de Malta, foi nomeado em 23 de novembro de 2005 como assistente parlamentar do Conselho de Ética, com salário de R$2,3 mil, e admitiu que tinha a função de olheiro de Malta.