Título: De olho nos investidores externos
Autor: Paul, Gustavo
Fonte: O Globo, 21/06/2009, Economia, p. 32

BRASÍLIA. O esforço do governo para deslanchar a indústria de óleo e gás do país já começou antes mesmo do anúncio das novas regras para a exploração do pré-sal. Em abril, diretores da Petrobras, do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) e do BNDES voltaram de uma viagem ao extremo Oriente, onde se encontraram com bancos de fomento e empresários de Cingapura e Coreia do Sul para apresentar o projeto de investimento do pré-sal.

Foi a terceira missão com este objetivo. A primeira foi ao Japão, seguida por outra à Itália. Em setembro próximo, o roteiro incluirá o Reino Unido e o Canadá.

- Mostramos as possibilidades que há no país, mas lembramos que será preciso fabricar no país ou se associar a um parceiro nacional - explicou José Renato Ferreira de Almeida, do Prominp.

A Petrobras endossa essa política. Em debate na Câmara dos Deputados, no fim de maio, o diretor de Produção e Exploração da estatal, Guilherme Estrella, defendeu que o pré-sal dará escala para substituir importações.

- Produzir e fabricar no Brasil é muito melhor para a Petrobras. Ter seu fornecedor na esquina torna tudo mais fácil e isso reflete no preço final - disse ele na ocasião.

E os investidores começam a desviar sua atenção para o Brasil, diante da dimensão do pré-sal. Em apresentações na feira Offshore Technology Conference (OTC), em Houston, nos Estados Unidos, executivos de companhias estrangeiras destacaram que são apetitosos campos com reservas na casa de até 300 milhões de barris de petróleo. No pré-sal, as dimensões são muito maiores: entre 7 bilhões e 12 bilhões de barris, apenas nas áreas de Tupi e Iara. (Gustavo Paul)