Título: Há uma corrida aos supermercados
Autor:
Fonte: O Globo, 29/06/2009, O Mundo, p. 19

FRANCISCO CATUNDA

BRASÍLIA. O encarregado de negócios do Brasil em Honduras, ministro Francisco Catunda, disse que, apesar da gravidade da crise política, a situação era "calma" ontem em Tegucigalpa, a capital do país. Pela TV, ele viu a sessão em que o Congresso aprovou suposta carta de renúncia do presidente Manuel Zelaya. Mas não deixou de acompanhar a vitória do Brasil na Copa das Confederações.

Demétrio Weber

Como está a situação em Honduras?

FRANCISCO CATUNDA: Apesar da gravidade do momento, a situação até que está calma. Tem havido uma certa corrida a supermercados e postos de gasolina. Faltou luz por até três horas. As rádios ficam um pouco fora do ar e depois voltam. Telefones também sofrem cortes. Há tropas nos prédios públicos, mas não se vê tanques nas ruas nem há notícias de distúrbios.

Quais as reações à deposição do presidente?

FRANCISCO: Foram divulgados dois comunicados. Um, do Poder Judiciário, recorda que a consulta (marcada para ontem) era ilegal. O outro é do tribunal eleitoral, que reitera que a consulta era ilegal e lembra que as eleições gerais para presidente, deputados, prefeitos e vereadores vão ocorrer, como previsto, no dia 29 de novembro.

A carta de renúncia é verdadeira?

FRANCISCO: A dúvida é essa.

Quantos brasileiros vivem em Honduras?

FRANCISCO: Quinhentos. A comunidade está bem. Não recebemos nenhum apelo.

O que o senhor está fazendo neste momento?

FRANCISCO: Saí da embaixada há pouco e vim almoçar na casa de um amigo. Soubemos pela internet. O Brasil virou para 3 a 2.