Título: Lula: País não pode ficar o mês inteiro discutindo coisas menores
Autor: Vasconcelos, Adriana; Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 26/06/2009, O País, p. 3

Presidente repete defesa de Sarney, mas diz que aliado tem o dever de investigar denúncias

Luiza Damé

BRASÍLIA. Depois de ter dito que o senador José Sarney (PMDB-AP) não pode ser tratado como uma pessoa comum, o presidente Lula afirmou ontem que as irregularidades no Senado são "coisas menores". Mas baixou o tom na defesa do aliado, declarando que Sarney foi eleito para presidir a Casa e tem o compromisso de investigar as denúncias de corrupção.

- Sarney foi eleito, os senadores o elegeram. E acho que o Sarney tem o compromisso de fazer a apuração. Ele me disse que está apurando isso. Então, espero que haja apuração. Só isso - afirmou.

Lula minimizou as denúncias de irregularidades, boa parte já comprovada em investigações internas do Senado. Para ele, o escândalo não pode se transformar numa crise institucional. Disse que os senadores são maiores de idade e saberão como resolver os problemas da Casa.

- O que acho é o seguinte: tem uma, duas, três denúncias. Tem uma fase de apuração. Apura-se e tomam-se as medidas. O que não pode é que um país, que tem muitas coisas importantes para a gente discutir, fique o mês inteiro discutindo coisas menores - disse Lula, acrescentando que o Tribunal de Contas da União pode investigar as denúncias.

Para os ex-diretores acusados de irregularidades, Lula defendeu tratamento mais rigoroso:

- Ontem (anteontem) cheguei em casa, fui ver televisão e vi um senador dizendo que os diretores que estão sendo acusados não compareçam porque estão constrangendo alguns senadores. Essa não é a medida mais adequada. Se eles estão sob suspeita, é melhor afastá-los até que as coisas sejam apuradas.