Título: Encontro busca solução
Autor: Brito, Ricardo
Fonte: Correio Braziliense, 21/03/2009, Política, p. 2

Na Câmara, o clima é de incertezas quanto ao futuro do contrato com a empreiteira Palma. O quarto-secretário da Casa, Nelson Marquezelli (PTB-SP), disse que a aplicação das multas eram um recado à empresa, que não se manifestou. Na próxima semana, o deputado pretende reunir-se com órgãos técnicos da Casa para analisar quais medidas serão adotadas. ¿O problema é grave e estamos preocupados. Vamos estudar o cenário, analisar o que já foi gasto e decidir o que fazer¿, conta.

A discussão vai analisar os relatórios encomendados aos técnicos da Casa, no qual são detalhados valores já gastos e possíveis prejuízos causados à Câmara pela empreiteira. Por enquanto, a solução mais viável é a realização de um novo processo licitatório.

A falência da empresa cearense era o principal temor da Direção da Câmara. Desde 2008, quando o contrato foi iniciado, técnicos e diretores da Casa afirmaram que o baixo preço cobrado pela empreiteira poderia inviabilizar as obras. Mesmo assim, a Palma manteve a planilha de gastos e tornou-se responsável pela primeira etapa das obras.

Enquanto administra a crise com a construtora cearense, a diretoria da Casa já se prepara para problemas futuros com outra empresa: a Valenge. Vencedora da licitação para realizar a segunda etapa das obras, a proposta apresentada pela construtora goiana de 44,3 milhões foi 21% abaixo da previsão feita pela Câmara. Uma economia que pode atrapalhar a continuidade das obras e render prejuízos aos cofres públicos.

As reformas nos apartamentos funcionais foi bancada pelo o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP), apesar das críticas de que seria melhor vendê-los. Chinaglia argumentou que, com o eventual fim da ajuda de custo de R$ 3 mil mensais que os deputados recebem para trabalhar em Brasília, a revitalização de todos os 432 imóveis da Câmara seria compensada financeiramente num prazo de 20 anos.