Título: Nepotismo persiste
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 30/06/2009, O País, p. 4

Diretor afastado diz ter 3 parentes empregados

Isabel Braga

BRASÍLIA. Afastado ontem do cargo de diretor da Secretaria de Coordenação e Execução do Senado, Sebastião Fernandes Neto manteve parentes em empresas terceirizadas com contratos de prestação de mão de obra com a Casa. O emprego de parentes no Senado foi proibido em outubro de 2008 pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O GLOBO confirmou que pelo menos duas pessoas da família do diretor afastado trabalhavam em órgãos do Senado, por intermédio de empresas terceirizadas: Lucires Fernandes, irmã de Sebastião, e Tainana Fernandes, sobrinha dele.

Lucires dá expediente na Diretoria de Serviços Gerais. O GLOBO ligou duas vezes para o ramal; a informação, repassada por funcionários, é a de que ela estaria trabalhando fora da sala, mas no Senado. Lucires não retornou o pedido de ligação. Tainana estava ontem na Coordenação de Atividades Externas. No local, um funcionário informou que ela acabara de sair.

Ontem à noite, Fernandes confirmou que três parentes dele trabalham em empresas terceirizadas no Senado; porém, disse que sua irmã e sua sobrinha não conseguiram emprego por sua influência:

- Jamais agi para que fossem comissionadas. São todas contínuas, ganhando salários de cerca de R$800. Quando veio a questão do nepotismo, quis pedir que demitissem, mas o pessoal disse que não tinha nada a ver - disse Fernandes.

Como adiantou anteontem O GLOBO, o 1º secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), confirmou ainda afastamento de mais três funcionários ligados ao ex-diretor-geral Agaciel Maia: além Fernandes, Aloysio Novaes Teixeira, diretor da Secretaria de Patrimônio; Shalon Granato, diretor da Secretaria de Controle Interno; e Dimitrius Hadjinicolau, chefe de gabinete da Secretaria de Estágios.