Título: A campanha e a economia
Autor: Krieger, Gustavo
Fonte: Correio Braziliense, 21/03/2009, Política, p. 6

Pesquisas de opinião permitem a leitura que mais agradar ao freguês. Os governistas vão olhar para o levantamento do Ibope e dizer que, apesar da queda, a popularidade de Lula continua nas alturas. A oposição responderá que ela pode estar elevada, mas o importante é que a erosão começou. Independentemente das torcidas, o fato é que a pesquisa traz uma notícia importante. Pela primeira vez, desde que começou há seis meses, a crise econômica provocou efeitos na avaliação do presidente. A curva, que era ascendente, virou para baixo. Até onde ela irá é uma previsão tão difícil de fazer quanto é adivinhar o comportamento do mercado financeiro.

A resposta depende de muitos fatores. A evolução da crise internacional, seus reflexos do Brasil, as medidas que serão adotadas pelo governo e a capacidade do presidente Lula de convencer o país de que está fazendo o possível. Algumas dessas variáveis o presidente controla. A maioria, não.

O governo dirá que não liga para as pesquisas. Bobagem. Ainda ontem, a ministra Dilma Rousseff, a candidata de Lula, mudou o discurso. Disse que não é hora de fazer campanha e sim de combater a crise. Que é o melhor jeito de fazer campanha. (GK)