Título: Justiça Eleitoral cassa o mandato da vereadora Carminha Jerominho
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Fonte: O Globo, 25/06/2009, Rio, p. 21

Motivo foi arrecadação e gastos ilícitos. Ela pretende entrar com recurso

Devido à arrecadação e a gastos ilícitos de recursos para fins eleitorais, o juiz da 228aZona Eleitoral, Eduardo Perez Oberg, cassou ontem o diploma da vereadora Carminha Jerominho (PTdoB). Na sentença, ele determina que ela deixe o cargo logo após a publicação da decisão, o que está previsto para acontecer ainda hoje.

Um oficial de Justiça esteve ontem na Câmara para informála sobre a decisão. De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), trata-se de uma decisão de primeira instância.

A assessoria da vereadora nega as denúncias e informa que Carminha recorrerá da decisão.

A procuradora do Ministério Público Eleitoral Silvana Batini disse que o motivo da ação que originou a cassação de Carminha foram irregularidades na prestação de contas da parlamentar, que já havia sido rejeitada pela 228 aZona Eleitoral por abuso do poder econômico, comprovação de ¿caixa dois¿ e arrecadação ilegal.

Ação foi impetrada pelo Ministério Público Eleitoral Segundo o TRE, a vereadora havia juntado ilegalmente R$ 44 mil, cerca da metade de todo o valor arrecadado nas eleições. Ainda de acordo com o tribunal, a quantia era ilícita por ter sido obtida antes da então candidata ter aberto a conta bancária específica para a movimentação do dinheiro da campanha, como determina a lei. O TRE informou ainda que Carminha não foi cassada pela desaprovação das contas, mas por uma ação de investigação judicial eleitoral impetrada pelo Ministério Público Eleitoral, com base na Lei 9504/97, que pune a captação ou gastos ilícitos de recursos para fins eleitorais.

Filha do vereador Jerominho (PMDB) e sobrinha do ex-deputado Natalino, presos sob a acusação de envolvimento com milícias, Carminha foi presa ano passado, durante a campanha eleitoral, suspeita também de envolvimento com a milícia que atua na Zona Oeste. Ela foi levada para o presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná, e era apontada pela Polícia Federal como beneficiária das atividades da milícia, que estaria financiando sua campanha com base em extorsões. Em dezembro passado, ela foi diplomada ainda na prisão.

¿ Acho que a voz do povo é soberana ¿ afirmara Carminha, na época.