Título: Gripe: argentinos em casa no feriado
Autor: Figueiredo, Janaína
Fonte: O Globo, 08/07/2009, Rio, p. 13

Autoridades pedem à população que não viaje no Dia da Independência

PEDESTRES USAM máscaras em rua do centro de Buenos Aires

Janaína Figueiredo

BUENOS AIRES. Autoridades argentinas pediram à população do país que não aproveite o feriadão de quatro dias para viajar. Amanhã é feriado em comemoração ao Dia da Independência da Argentina e na sexta, o governo da presidente Cristina Kirchner decretou recesso sanitário como medida de prevenção da gripe suína. A recomendação foi clara: ficar em casa e, se precisar sair, evitar lugares fechados.

¿ Estamos lutando contra um vírus novo, que não sabemos como evoluirá nas próximas semanas ¿ admitiu o médico Eduardo López, integrante do Comitê de Crise, acrescentando que o vírus H1N1 afeta, especialmente, jovens sem problemas crônicos de saúde.

O recesso sanitário de sexta-feira vale apenas para servidores públicos, mas o governo argentino recomendou ao setor privado que adote medidas similares. Segundo dados oficiais, a gripe suína matou 60 pessoas na Argentina, onde mais de 105 mil pessoas teriam sido contaminadas pela doença.

Segundo informações divulgadas na imprensa local, porém, o número real de mortos seria superior a 70. As informações do Ministério da Saúde divergem das divulgadas pelos governos provinciais. O governo da província de Santa Fé, por exemplo, confirmou o falecimento de 18 pessoas, número bem acima das nove mortes divulgadas pelo governo nacional.

Hoje, o ministro da Saúde, Juan Manzur, se reúne com chefes de bancada do Senado, para falar sobre a crise sanitária.

¿ A possível manipulação dos números divulgados pelo governo nos preocupa. Antes das eleições legislativas (28 de junho), o governo confirmou 26 mortes. Em menos de uma semana, temos mais de 60 ¿ observou a senadora Maria Eugenia Estenssoro, do Acordo Cívico e Social.