Título: Moody's melhora perspectiva para Brasil
Autor: Rodrigues, Eduardo ; Beck,Martha
Fonte: O Globo, 07/07/2009, Economia, p. 21

Agência pode elevar país a grau de investimento. Bolsa cai 0,61% e dólar sobe 0,41%

Juliana Rangel*

RIO, BRASÍLIA e NOVA YORK. A notícia de uma possível elevação da nota de classificação de risco do Brasil pela agência Moody"s teve pouca influência, mas ajudou a reduzir as perdas da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Faltando meia hora para o fim dos negócios, o Ibovespa, seu principal índice, saiu de um recuo superior a 1,50% para queda de 0,61%, aos 50.622 pontos. A Moody"s colocou em perspectiva positiva a nota do Brasil e, se melhorar sua avaliação, o país será considerado grau de investimento pela agência.

A melhora na Bolsa brasileira ontem, porém, teve forte colaboração dos mercados americanos. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, recuperou-se no fim do dia e fechou em alta de 0,53%. Nasdaq caiu 0,51%, e S&P subiu 0,26%.

Investidores embolsam ganhos. Ações da Petrobras caem 2,18% e as da Vale, 1,80%

Ontem, o dólar subiu 0,41%, para R$1,961. O Banco Central (BC) comprou a moeda a R$1,97. Ao longo do dia, o que deu o tom dos negócios nos mercados foi uma piora nas estimativas para a retomada da economia global.

- Houve também uma realização de lucros (quando os investidores embolsam ganhos recentes), já que a Bovespa subiu 37% em real e 63% em dólar no primeiro semestre - explicou Álvaro Bandeira, economista da Ágora.

Entre as quedas, estiveram ações ligadas a commodities. As ações preferenciais (PN) da Petrobras caíram 2,18% e as da Vale, 1,80%. A mineradora informou que pretende emitir duas séries de notas globais com vencimento em 2012. As notas poderão ser trocadas por ações negociadas nos EUA. Cada uma representará uma ação ordinária (ON) ou PN da Vale.

A Moody"s será a última das três maiores agências do mundo - as outras são Standard and Poor"s (S&P) e Fitch - a rever a nota do Brasil para dívida em moeda local e estrangeira, atualmente em "Ba1". Se alterada, a nova nota sairá em, no máximo, três meses.

Em três dias úteis, a balança comercial brasileira teve superávit de US$618 milhões na primeira semana de julho. O mercado reduziu sua projeção para a produção industrial brasileira este ano, para queda de 5,37%, contra 5,04% antes, segundo a pesquisa semanal Focus, do BC.

(*) Com agências internacionais