Título: PMDB, enfim, aceita CPI da Petrobras
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 09/07/2009, O país, p. 8

Voltam cobranças pela saída de Sarney

BRASÍLIA. Diante da ameaça da oposição de ingressar hoje com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para assegurar a instalação da CPI da Petrobras e das novas cobranças em plenário para que José Sarney (PMDB-AP) se afaste da presidência do Senado, PMDB e PTB decidiram, à noite, botar a CPI para funcionar. Irritado, Sarney reuniu-se com aliados e deu aval à instalação da comissão.

O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-AP), confirmou reunião hoje para acertar a estratégia. Em seguida, PSDB e DEM adiaram a ida ao STF. Se os governistas insistirem em obstruir a CPI, a oposição ameaça barrar a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o que impediria o início do recesso, dia 18, quando o PMDB espera tirar Sarney da fogueira.

Recuperado de uma cirurgia de emergência para a retirada do apêndice, Pedro Simon (PMDB-RS) retornou ao plenário e acabou tumultuando as negociações do PMDB com a oposição para preservar Sarney. Num longo discurso em favor de seu afastamento do cargo, recebeu a adesão de integrantes do "grupo dos éticos" e reacendeu o movimento Fora Sarney. Esse grupo pretende mobilizar entidades e coletar assinaturas dos partidos para ingressar com um pedido de investigação no Ministério Público. E agilizar a reinstalação do Conselho de Ética, ainda não instalado. Na terça-feira, o líder do PSDB, Arthur Virgilio (PSDB-AM), formalizou denúncia contra Sarney no Conselho. (Maria Lima e Adriana Vasconcelos)