Título: Não considero imoral
Autor: Minc, Carlos; Alencastro, Catarina
Fonte: O Globo, 10/07/2009, O País, p. 8

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, voltou a defender ontem a contratação da mulher, Guida, como assessora da deputada Cida Diogo (PT-RJ), sua correligionária, como mostrou reportagem do GLOBO. Em nota, Minc se diz vítima de injustiça, critica a imprensa e elogia Guida. E pede aos amigos que divulguem o texto pela internet.

Catarina Alencastro O GLOBO: Na nota, o senhor diz que foi vítima de injustiça.

MINC: O que eu fiquei chateado é que (a reportagem) dá a entender que a Guida é uma dondoca que pegou um biquinho para ganhar R$ 4 mil e não fazer nada. Ela fez pós-graduação na Coppe (UFRJ), dirige há dez anos a Associação Defensores da Terra. Nesses três meses (no cargo), fez vários projetos.

Não considera as contratações irregulares?

MINC: O GLOBO faz acusações de que cometi irregularidades e caí na vala comum.

Caso tivesse irregularidades mesmo, O GLOBO chamaria um procurador ou jurista para dizer que artigo infringi.

Não houve nepotismo?

MINC: A lei brasileira do nepotismo é pesada, tem muitas vedações, mas permite que um parente trabalhe em outro poder.

Mas houve uma troca: sua mulher foi para a Câmara e uma funcionária da deputada foi para seu ministério.

MINC: Não admito que tenha sido feita troca. O Ivo (Bucaresky), como chefe de gabinete, estava desde o ano passado atrás da Flávia (Martins Marques). Estava precisando de um reforço. Depois disso, a Cida pediu uma pessoa para a área ambiental, porque ela nunca tinha apresentado projeto nessa área.

E isso não é imoral?

MINC: Não considero que tenha sido imoral.

E a carga horária que sua mulher cumpre?

MINC: É a mesma de todos os comissionados: ela vai lá na terça, quarta e quinta, e também faz pesquisas e participa de reuniões na segunda e na sexta. A produtividade dela é acima da média.