Título: MPF investigará convênio da Fundação Sarney
Autor: Lima, Maria; Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 14/07/2009, O País, p. 3

Procurador vai analisar prestação de contas de patrocínio dado pela Petrobras

SÃO LUÍS. O Ministério Público Federal no Maranhão vai investigar as denúncias de que a Fundação José Sarney teria desviado recursos de convênio com a Petrobras, através de empresas fantasmas e de amigos do senador. Segundo as denúncias, do R$ 1,3 milhão repassado pela estatal, cerca de R$ 500 mil foram parar em contas dessas empresas, que receberam sem prestar os serviços solicitados. O procurador responsável pela investigação, Tiago Carneiro, adiantou que solicitará a prestação de contas da Fundação ao Ministério da Cultura, onde o projeto de Sarney foi aprovado em 2005.

O objetivo do patrocínio era realizar o processamento técnico e a automação do acervo bibliográfico de Sarney.

Reportagem do jornal ¿O Estado de S. Paulo¿ revelou que, na relação de despesas, havia até recibos da própria Fundação na tentativa de explicar saque de R$ 150 mil dos recursos patrocinados pela Petrobras.

As denúncias ainda envolvem o assessor do ministro das Minas e Energia Antônio Carlos Lima, conselheiro fiscal da Fundação e dono de uma empresa em nome de sua mulher, a Ação Livros e Eventos, que recebeu R$ 70 mil. Uma das sócias da empresa disse que apenas assinava os recibos, sem saber, na verdade, do que se tratava. A TV Mirante, de propriedade da família Sarney, recebeu R$ 30 mil para divulgar o projeto, que, de acordo com as denúncias, não saiu do papel.

Sarney afirmou que não tinha responsabilidade sobre a Fundação, mas, segundo o estatuto da entidade, o senador é seu presidente vitalício. (Raimundo Garrone)