Título: Doadores auditados
Autor: D'Elia, Mirella
Fonte: Correio Braziliense, 07/04/2009, Política, p. 08

As investigações sobre as suspeitas de doações de campanhas ilegais feitas pela empreiteira Camargo Corrêa levaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a reagir. O presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, anunciou ontem que a Corte vai abrir uma auditoria especial sobre as doações da empreiteira investigada pela operação Castelo de Areia, deflagrada no fim de março pela Polícia Federal. A auditoria também será estendida a todas empresas que fizeram grandes doações nas últimas eleições.

Documentos sobre a operação citaram doações da Camargo Corrêa para PSDB, PMDB, PT, PSB, PPS, PDT, PV, DEM e PP. No relatório final feito pela Polícia Federal, PT, PTB e PV foram excluídos. Sob críticas da oposição, segundo a qual houve proteção política, a PF alegou não ter encontrado irregularidades nos repasses.

O presidente do TSE disse que a Corte deve criar uma comissão especial para realizar o trabalho, que abarcará outras legendas políticas. O tribunal vai realizar um cruzamento de dados para saber se as empresas fizeram doações de acordo com a lei. Atualmente, as empresas só podem doar o equivalente a 2% do faturamento do ano anterior das eleições. A auditoria deve analisar se as doações declaradas pelas empresas efetivamente ocorreram, segundo os dados informados pelas doadoras à Receita Federal. Se encontrar disparidade, o TSE poderá investigar se os partidos recorreram a caixa dois para financiar suas campanhas