Título: Dirigentes da Petrobras são convidados a depor
Autor: Lima, Maria
Fonte: O Globo, 16/07/2009, O País, p. 4

Oposição queria convocá-los só no fim de CPI

Adriana Vasconcelos

BRASÍLIA. O presidente da CPI da Petrobras, senador João Pedro (PT-AM), começou a articular, em forma de convite, os depoimentos do presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, e da Agência Nacional de Petróleo, Haroldo Lima, que só deverão ser marcados após o recesso parlamentar, em agosto. Foram incluídos ainda convites ao diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e ao gerente-executivo de Comunicação Institucional, Wilson Santarosa.

- Considero a presença dos diretores da Petrobras, no início dos trabalhos da CPI, ideal para avançarmos - justificou.

A estratégia da oposição era o contrário: primeiro obter documentos e indícios de irregularidade, expô-los na CPI e só depois convocar dirigentes da estatal. Minoria na CPI - três dos 11 integrantes - a oposição poderá tentar, ao fim dos trabalhos, nova convocação desses dirigentes supostamente envolvidos em irregularidades.

Menos de 24 horas após sua instalação, a CPI recebeu pelo menos 82 requerimentos com pedidos de informações e convites para depoimentos. Mas esses pedidos só serão examinados na primeira reunião da CPI, em 6 de agosto, com o plano de trabalho a ser apresentado pelo relator, Romero Jucá (PMDB-RR). Ele rebateu as críticas da oposição, que acusa a CPI de ser chapa branca.

- Se a oposição quer ter maioria na CPI, que trate de eleger mais parlamentares na próxima eleição. Lamento que estejam querendo descredenciar o nosso trabalho, que não será realizado ao gosto do senador Álvaro Dias e nem servirá de palco para disputas eleitorais. Esta não será uma CPI chapa branca, nem incendiária - afirmou.

O contrato da Petrobras com a Companhia de Notícias (CDN) foi prorrogado de três para seis meses, sem licitação. De acordo com a estatal, a prorrogação está de acordo com o "tempo estimado para a duração da CPI". O valor do contrato, inicialmente de R$540 milhões, aumentou para R$1.080.000. A Petrobras argumenta que não houve concorrência para a contratação "pelo seu caráter emergencial".