Título: Para Procuradoria, fraudes beneficiaram Yeda
Autor: Souza, Carlos
Fonte: O Globo, 09/08/2009, O País, p. 13

Especial para O GLOBO PORTO ALEGRE.

Na ação civil por improbidade administrativa que ajuizou contra a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), e mais oito pessoas, o Ministério Público Federal afirma que o grupo de réus formou uma ¿verdadeira quadrilha criminosa¿ que desviou R$ 44 milhões do Detran gaúcho.

Os procuradores da República acusam a governadora e seus assessores de se beneficiarem das fraudes e de receberem verba pública desviada. Segundo eles, o esquema envolvia a dispensa irregular de licitação em contratos, pagamento de propina a servidores e entrega de recursos financeiros ¿escoados do erário¿ a gestores públicos e personalidades como a governadora, o presidente do Tribunal de Contas, João Luiz Vargas, e o deputado federal José Otávio Germano (PP), destacados em um trecho da ação.

As conclusões do Ministério Público vieram à tona porque a OAB-RS, que teve acesso à ação, divulgou 40 páginas das 1.233 que compõem a peça. Quando ajuizaram a ação, os procuradores não detalharam seu conteúdo.

A OAB não revelou as provas que sustentariam a argumentação do MPF. Esta semana, a juíza Simone Barbisan Fortes, da 3ª Vara Federal de Santa Maria, apreciará pedidos para o levantamento do sigilo da ação.

A ação civil por improbidade, que pede o afastamento de Yeda, a suspensão dos direitos políticos e a indisponibilidade dos bens, motivou uma CPI na Assembleia Legislativa, que deve ser instalada dia 20. A governadora e todos os citados negam as acusações. Ontem, o Palácio Piratini não se manifestou.