Título: Qualidade de vida
Autor: Couto, Rodrigo
Fonte: Correio Braziliense, 08/04/2009, Brasil, p. 09

Realizada desde 2006, a Vigitel tem o objetivo de traçar uma radiografia sobre a qualidade de vida do brasileiro. Com perguntas sobre hábitos alimentares, consumo de álcool e tabaco, prevenção de doenças crônicas e excesso de peso, a pesquisa revelou que o brasileiro está consumindo menos cigarros e carne gordurosa. Também foi verificado maior acesso ao diagnóstico da hipertensão arterial e aos exames de mamografia. Por outro lado, foi detectado aumento do número de obesos (veja quadro). Os resultados serão utilizados para o planejamento de ações que reduzam os fatores de risco e a incidência das doenças crônicas.

Divulgado ontem, Dia Mundial da Saúde, o levantamento, com dados de 2008, traz boas notícias. Em 20 anos, caiu em mais de 50% o consumo de cigarros entre os jovens do país. Em 2008, 14,8% das pessoas entre 18 e 24 anos tinham o hábito de fumar, enquanto, em 1989, essa taxa era de 29%. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição, em 1989, 35% da população adulta no Brasil fumava. Em 2008, de acordo com o Vigitel, esse índice caiu para 15,2%.

O aposentado Gabriel Rodrigues, 57 anos, chegou a fumar 100 cigarros por dia. O vício foi deixado de lado em 27 de agosto de 2007, três dias depois de descobrir que tinha um enfisema pulmonar. Ele encontrou forças em um grupo de ajuda. ¿Foi um grande alicerce, pois logo que descobri o enfisema e parei de fumar, perdi minha mãe e meu filho. É muito difícil, pois até hoje tenho vontade de fumar¿, afirma.

Peso A Vigitel, que custou R$ 1,7 milhão ao governo, verificou também que mais da metade dos brasileiros estão acima do peso: 43,3% com sobrepeso e 13% com obesidade. Há três anos, 11,4% eram obesos. Em 2007, o percentual saltou para 12,9%. Mesmo com esses índices, o estudo mostra que o brasileiro está se alimentando melhor. O índice dos que consomem a quantidade recomendada de frutas e hortaliças, por exemplo, está em 15,6%. Em 2006, o taxa era de 5,6%. Também foi verificada uma queda no consumo de carne com excesso de gordura. (RC)