Título: Entidades enviam carta a Lula condenando censura a jornal
Autor: Vasconcelos, Adriana; Lima, Maria
Fonte: O Globo, 11/08/2009, O País, p. 3

Associação Mundial de Jornais e Fórum Mundial de Editores pedem que presidente atue pela liberdade de imprensa BRASÍLIA. A Associação Mundial de Jornais e o Fórum Mundial de Editores enviaram carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em que condenam a decisão judicial que impede o jornal ¿O Estado de S.Paulo¿ de publicar informações sobre operação da Polícia Federal que tem como alvo o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Na carta, as entidades pedem que o presidente Lula faça ¿tudo o que estiver ao seu alcance¿ para anular a decisão judicial. Cópia da mensagem também foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Documento cita Declaração dos Direitos Humanos O documento das entidades classifica como censura a liminar concedida pelo desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, a pedido de Fernando Sarney: ¿Gostaríamos de lembrar respeitosamente que a medida judicial de proibir as reportagens se constitui em um caso de censura e é uma clara violação do direito de livre expressão, que é garantido por inúmeras convenções internacionais, incluindo a Declaração Universal dos Direitos Humanos¿, afirma o texto.

Os advogados de Fernando sarney alegam que o jornal não poderia ter publicado reportagens com trechos de diálogos gravados na operação policial.

A carta cita ainda o artigo 19 da Declaração, assinada pelo Brasil, cujo texto diz: ¿Todos têm o direito de livre expressão e opinião, incluso o direito de ter opiniões sem interferência e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras¿.

As entidades, que representam 18 mil publicações, 15 mil sites e mais de 3 mil companhias em mais de 120 países, pediram ao presidente Lula que atue diretamente para garantir a liberdade de imprensa no Brasil. ¿Respeitosamente, pedimos a Vossa Excelência que faça tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que esta decisão seja anulada e que seja permitido à imprensa publicar livremente reportagens sobre todos os assuntos de interesse público.