Título: Tasso pede desculpas por bate-boca
Autor: Vasconcelos, Adriana; Lima, Maria
Fonte: O Globo, 12/08/2009, O País, p. 9

Com Marina e Suplicy, manifesto contra Sarney chega a 41 assinaturas

BRASÍLIA. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) foi ontem à tribuna se desculpar com colegas e eleitores pelo bate-boca que protagonizou quinta-feira em plenário, quando foi chamado de ¿coronel de merda¿ pelo líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), a quem se referiu como ¿cangaceiro de terceira categoria¿.

Enquanto Tasso recebia a solidariedade da maioria dos presentes, nos bastidores Renan, que não foi ao plenário, articulava com o presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), o adiamento da reunião de hoje. À noite, Renan esteve no CCBB, onde o presidente Lula ainda despachava.

Ontem à noite, o manifesto pelo afastamento do Sarney completou 41 assinaturas, com a adesão de Eduardo Suplicy (PT-SP) e Marina Silva (PT-AC).

O Conselho definiria a abertura ou não de processo contra o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e analisaria os recursos da oposição para reabrir pelo menos parte das 11 representações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

¿ Eu queria dizer da minha insatisfação comigo mesmo, de lamentar profundamente e de pedir desculpas aos meus pares, senadores, e à população brasileira por ter me comportado de maneira que não seria considerada elegante e nem educada ¿ desculpou-se Tasso.

¿ Espero que seja um marco para que possamos reconstruir as condições de diálogo na Casa ¿ elogiou o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), que mais cedo dissera, no Twitter, que é inaceitável o arquivamento sumário das representações.

Diante dos rumores de que estaria em gestação um acordão para livrar Sarney e Virgílio no Conselho, o líder tucano ¿ que ontem protocolou mais três recursos contra o arquivamento de denúncias contra o presidente do Senado ¿ reagiu: ¿ Não existe essa possibilidade, até porque não cometi nenhum delito, mas um erro administrativo que já corrigi.

Já o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse buscar a pacificação: ¿ Não podemos cobrar um acordo de mérito, mas de procedimento para que o que está acontecendo no Conselho não contamine o resto da Casa.

O PT não deverá fechar questão, mas não deve aliviar Sarney nem Virgílio.