Título: Após protesto, MST é recebido pelo governo de SP
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Fonte: O Globo, 14/08/2009, O País, p. 11

Manifestantes invadiram ontem sedes do Incra no país e vão fazer passeata hoje com centrais sindicais na Paulista

SÃO PAULO e RECIFE. Representantes do MST se reuniram ontem com integrantes do governo de São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes. Entre as reivindicações do movimento estão agilidade na reforma agrária no estado, crédito para fomentar as cooperativas de associações, renegociação da dívida do Fundo de Expansão da Agricultura e da Pesca (Feap) e infraestrutura para os assentamentos.

O encontro, porém, terminou sem avanços, e nova reunião foi marcada para um prazo de 15 dias.

Além de integrantes do MST, participaram da reunião o diretorexecutivo da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), Gustavo Ungaro, e o subsecretário da Casa Civil do Estado de São Paulo, Rubens Cury.

Depois de uma passeata, apenas um grupo de 12 integrantes do MST foi autorizado a entrar no Palácio dos Bandeirantes para conversar com o governo. O restante ¿ cerca de 800 pessoas, segundo o MST ¿ teve de esperar num local próximo ao Estádio do Morumbi, já que o grupo foi impedido pelos policiais de seguir até a sede do governo.

Os manifestantes devem voltar ao Estádio do Pacaembu, onde estão acampados.

Hoje, eles participarão de um ato com as centrais sindicais na Avenida Paulista. O protesto marcará o Dia Nacional Unificado de Lutas.

Integrantes do MST que haviam ocupado de manhã a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Paulo deixaram o local e também voltaram para o Estádio do Pacaembu. Além da sede paulista, o Incra informou que foram ocupadas também as unidades de Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas e Distrito Federal.

Em Recife, cerca de dois mil trabalhadores rurais ligados ao MST invadiram ontem a sede do Incra para pedir o assentamento de 18.700 famílias que se encontram acampadas no estado.

A manifestação marcou, em Recife, a Marcha Estadual em Defesa da Reforma Agrária, que teve início na última segundafeira, quando os lavradores saíram do município de Pombos, a 57 quilômetros da capital.

Hoje os sem-terra fazem nova caminhada, desta vez pelas ruas do Centro, e devem encerrar a manifestação em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo do estado.