Título: Macedo vira réu também em ação sobre TV em SC
Autor: Freire, Flávio
Fonte: O Globo, 14/08/2009, O País, p. 10

Fundador da Universal é acusado de fraudar documento

Flávio Freire, Juraci Perboni e Ricardo Galhardo

SÃO PAULO e FLORIANÓPOLIS. O fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, também é réu na Justiça de Santa Catarina numa ação sobre suposta fraude nas negociações de compra da TV Itajaí, afiliada da Rede Record de Televisão. O desembargador do Tribunal Regional Federal (TRF-4), Tadaaqui Hirose, determinou a reabertura das investigações contra os líderes religiosos. No ano passado, o juiz federal substituto Marcelo Adriano Michelotti rejeitara denúncia do Ministério Público Federal, que acusou o bispo de falsificar documentos, sob argumento de que o crime estaria prescrito até o julgamento do processo.

Com os pastores Honorilton Gonçalves da Costa e Julio Cesar Ribeiro, Edir Macedo é acusado de fraudar a documentação usada na aquisição da TV Itajaí, retransmissora da Record.

Segundo um ex-sócio do bispo na TV, Marcelo Nascente Pires, Macedo transferiu ilegalmente ações da TV Itajaí para Ribeiro e Costa. Presidente da Record de São Paulo, Costa é réu no processo de lavagem de dinheiro.

No último dia 15 de julho, o desembargador do TRF-4 Tadaaqui Hirose aceitou recurso reabrindo as investigações contra Macedo e os dois pastores de sua confiança. O desembargador determinou que o juiz de Itajaí aceite a denúncia, o que transforma Edir Macedo, Honorilton Costa e Julio Cesar Ribeiro em réus também por falsificação de documentos. Os advogados dos integrantes da Universal entraram com recurso pedindo o trancamento da ação.

Procurado, o advogado da Universal, Arthur Lavigne, não respondeu às ligações. Em carta dirigida a Edir Macedo, e publicada no blog do fundador da Universal, Lavigne reafirma que a denúncia contra a cúpula da igreja repete um processo já arquivado pelo Supremo Tribunal Federal: ¿Estas acusações criminosas nem merecem resposta.

Enfrentaremos o processo com a mesma tranquilidade de outras vezes e nossa maior e irrespondível defesa é no sentido de que o Supremo Tribunal Federal já investigou tais fatos e, a pedido da Procuradoria Geral de República, arquivou o inquérito.

* Especial para O GLOBO