Título: CPI para investigar Yeda é criada no Sul
Autor: Souza, Carlos
Fonte: O Globo, 15/08/2009, O País, p. 4

Manifestantes contra e a favor da governadora tucana saem às ruas

PORTO ALEGRE. Manifestações contra e a favor da governadora Yeda Crusius (PSDB) ocorreram ontem, lado a lado, em frente ao Palácio Piratini, sede do Executivo gaúcho. A Polícia Militar destacou forte contingente para evitar confrontos. Enquanto os ânimos se acirravam nas ruas, o presidente da Assembleia Legislativa, Ivar Pavan (PT), anunciava a aprovação de pedido de CPI contra Yeda, que deve começar entre os dias 24 e 26.

A manifestação contrária à governadora, mais numerosa, reuniu sindicalistas, professores e estudantes. Percorreu ruas carregando bonecos que simbolizavam Yeda e as outras oito pessoas denunciadas na ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público Federal por suposto desvio de R$44 milhões do Detran-RS.

O marido da governadora, Carlos Crusius, um dos réus, estava entre os manifestantes pró-Yeda. Professor de economia da UFRGS, ele disse que estava no ato na condição de militante do PSDB. Na entrada da Assembleia, os defensores da governadora carregavam cartazes com as inscrições "Fica, Yeda, o RS te escolheu" e "Enquanto eles atacam, Yeda faz o Rio Grande crescer". A governadora disse que a mobilização era "um instrumento democrático", diferente de "agressão e ataque".

A partir de terça, as bancadas terão cinco dias para indicar os integrantes. PT, PMDB, PP e PSDB terão dois deputados cada. PDT, PTB, DEM e PPS, um cada. A CPI funcionará por 120 dias. Os quatro deputados que querem responsabilizar Yeda são de PT, PDT e DEM. O Legislativo negou pedido do PSDB para impedir a comissão. A CPI teve a assinatura de 39 deputados, mais do dobro das 19 subscrições necessárias.

* Especial para O GLOBO