Título: Estarei na cadeira de governador
Autor: Fabrini, Fábio
Fonte: O Globo, 16/08/2009, O País, p. 4

BELO HORIZONTE. Foi em abril ou maio de 2005 que Aécio convidou Anastasia para ser vice em sua chapa. Quem conta é o próprio professor, numa corrida de carro entre a Vice-Governadoria e a nova Cidade Administrativa - obra de R$1 bilhão que a oposição diz não combinar com a austeridade dos primeiros anos. A agenda, ele diz fazer parte da função, e que não é campanha. Mas deixa claro que seria o candidato natural.

- Estarei na cadeira de governador. Havendo condições necessárias, concorrerei - afirma. - O fato de ter conhecimento técnico não faz as pessoas menos políticas. Dilma (Rousseff) nunca disputou eleição, e nem por isso deixou de ser - cutuca, referindo-se à ministra da Casa Civil.

No temperamento, Anastasia é a antítese de Aécio. O mesmo vale para a pontualidade: se o chefe se atrasa, o vice costuma chegar antes aos eventos e esperar no carro.

- Um é expansivo, o outro low-profile; um bebe, o outro está sempre no refrigerante light; um fez mochilão pelo mundo, o outro não; um é cruzeirense, o outro Galo - compara um secretário.

Do pai, Anastasia diz ter herdado a curiosidade científica. Do avô materno, o gosto pela política. Chega às 8h30m, após uma sessão de musculação com personal trainer, e sai às 20h30m. Segundo o garçom Luiz Ernesto Nunes, costuma cumprimentar nos aniversários.

Desde que as turnês se intensificaram, quase sempre almoça no gabinete. Numa tarde de quinta-feira, mastigou um sanduíche de estrogonofe com Coca e musse de limão light, despachou com Aécio e embarcou para Campanha, no Sul de Minas.

O professor viaja de quinta a sábado. Nos demais dias, dedica-se aos compromissos de gabinete e a ao menos uma visita à mãe, que o batizou Antônio por causa do santo:

- Tenho mais de 30 imagens no gabinete, até Nossa Senhora do Café.