Título: MEC agenda provas do novo Enem para outubro
Autor: Mariz, Renata
Fonte: Correio Braziliense, 10/04/2009, Brasil, p. 11

Ministério quer iniciar seleção unificada este ano, mas sucesso do novo sistema de ingresso ainda depende da adesão das universidades Câmpus da UnB: segundo ministro, adesão ao novo sistema não impede continuidade do PAS Disposto a aplicar este ano ainda o novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), já com a função de vestibular unificado para as universidades federais do país, o Ministério da Educação (MEC) fechou as datas dos testes. As provas estão marcadas para 3 e 4 de outubro. O resultado final, já com a correção das redações, deve sair em 8 de janeiro de 2010. No momento da inscrição, os alunos terão de optar por cinco cursos, indicando, para cada um deles, as instituições onde desejam estudar. Mas, se a nota no Enem não for suficiente para garantir a vaga nas opções iniciais, o aluno terá o direito de fazer novas escolhas.

Esse modelo idealizado pelo MEC, chamado de Sistema de Seleção Unificada, só será possível, no entanto, com a adesão das instituições, que são livres para optar. Um termo de referência, que detalha como o novo modelo funcionará, foi encaminhado aos reitores das universidades federais no fim da noite de quarta-feira. De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, uma reunião está marcada para a próxima semana com o objetivo de avançar nas discussões. ¿Não sabemos quantas instituições irão aderir, mas os debates, que se iniciaram há cerca de dois anos, amadureceram muito nas últimas duas semanas¿, afirma Haddad, de maneira otimista.

O reitor da Universidade Federal da Bahia, Naomar Almeida, acredita que é possível implantar o sistema unificado ainda este ano. ¿Precisamos fechar questões técnicas e até jurídicas, que podem eventualmente ser resolvidas com portarias do ministério, para colocar o modelo em prática¿, diz. Almeida avalia como positiva a possibilidade de as instituições manterem, ao adotar o sistema unificado, outras formas de seleção.

É que, segundo a proposta, processos de seleção alternativos, como o Programa de Avaliação Seriada (PAS), da Universidade de Brasília (UnB), ou sistemas de cotas, entre outros, não inviabilizam a adoção do Sistema de Seleção Unificada. ¿A instituição tem todo direito de usar o Enem para preencher, livremente, um número determinado de vagas, e outras seleções para as demais¿, explica Haddad. Além disso, a universidade poderá utilizar a nota do Enem de maneira acessória, dentro de um modelo próprio de seleção, caso não queira entrar no sistema integrado de vagas.

Informática Esse sistema integrado, que será gerenciado pela equipe de informática do MEC, dará maior mobilidade para o aluno escolher o curso e a instituição que pretende frequentar. ¿O estudante, de posse da sua nota, acompanhará as notas de corte pela internet. Se a nota dele não for suficiente para aqueles cinco cursos que ele optou ao se inscrever, ele poderá migrar para outro curso. Na prática, o estudante concorre a todas as vagas das universidades federais¿, diz Haddad. A previsão é de que esse processo de escolha leve cerca de duas semanas.

O sistema informatizado, segundo o ministro, permitirá às universidades atribuírem pesos diferentes para cada matéria, de acordo com o curso. Da mesma forma como já ocorre hoje, quando as provas da área de exatas, por exemplo, valem mais para os concorrentes do curso de engenharia do que para os que pretendem estudar letras. O MEC acredita ainda que o novo Enem repercutirá positivamente na reformulação do ensino médio. ¿Convidamos o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) para participar do comitê de governança, reunindo, pela primeira vez, representantes da universidade e o corpo gestor do ensino médio¿, diz Haddad.