Título: Passou da hora
Autor:
Fonte: O Globo, 21/08/2009, O País, p. 9

ENTRE OS aspectos lamentáveis do desfecho da reunião do Conselho de Ética (sic) do Senado, que engavetou sem avaliar representações contra José Sarney, destaca-se a participação de senadores sem voto na manobra.

A COMEÇAR pelo biônico Paulo Duque (PMDB-RJ), que faz jus ao adjetivo usado na ditadura militar para designar os senadores nomeados pelo regime.

SEQUER NO Império houve algo igual no Senado. Pelo menos, o imperador nomeava alguém de uma lista tríplice escolhida em votação indireta nas províncias. A população, portanto, era informada da composição da lista.

NO BRASIL do século XXI nem isso, pois a escolha do suplente é prerrogativa do cabeça de chapa, e nenhum eleitor fica sabendo o seu nome.

POR ISSO, os atuais biônicos votam no Senado sem qualquer compromisso com a sociedade. Apenas com esquemas, geralmente espúrios, em que se sustentam.

Passou da hora de se acabar com esta excrescência