Título: Juiz decreta segredo de Justiça em processo que investiga Edir Macedo
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Fonte: O Globo, 22/08/2009, O País, p. 8

Só advogados dos réus terão acesso aos autos; ação apura desvio de doações

SÃO PAULO. Dez dias depois de transformar em réus o fundador da Igreja Universal, Edir Macedo, e outras nove pessoas, o juiz Glaucio Roberto Brittes de Araujo, da 9aVara Criminal de São Paulo, determinou anteontem segredo de Justiça na ação penal que investiga o grupo pelos crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O processo, aberto após denúncia do Ministério Público de São Paulo, apura se dirigentes da Universal desviaram dinheiro de doações de fiéis para abastecer empresas ligadas à igreja e para enriquecimento pessoal.

Nos últimos dias, o cartório da 9aVara já disponibilizava apenas parte dos documentos.

Entre os documentos retidos estava o relatório do Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf) com informação sobre a destinação dos recursos dos fiéis. Com a decretação do sigilo, a partir de agora apenas os advogados dos réus terão acesso aos autos. A assessoria de imprensa do TJ de São Paulo não soube informar por que o juiz limitou o acesso ao processo.

O juiz havia mandado notificar cinco acusados: Alba Maria da Costa, Edilson da Conceição Gonzales, João Luis Dutra Leite, Maurício Albuquerque e Silva e Veríssimo de Jesus. Após recebimento do ofício, eles terão dez dias para apresentar defesa prévia por escrito. O TJ havia informado que Macedo e os outros quatro réus seriam notificados nos próximos dias.

A denúncia elaborada pelos promotores do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) argumenta que não é crime arrecadar dinheiro nos templos.

Mas, como se trata de recursos não tributados, só deveriam ser utilizados na igreja ou em obras assistenciais, e nunca para fins comerciais ou enriquecimento de integrantes da igreja.