Título: Destruição de imagens após 30 dias é criticada
Autor: Lamego, Cláudia; Menezes, Maiá
Fonte: O Globo, 25/08/2009, O País, p. 5

Sindicato de empresas de segurança dizem que até empresas menores costumam guardar por mais tempo

Armazenar por apenas 30 dias imagens de câmeras de segurança de prédios públicos vai na contramão da prática adotada por empresas do setor, segundo o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada e Eletrônica do Estado de São Paulo (Sesvesp), Victor Saeta. Para ele, ¿nenhum órgão dessa importância teria a retenção de um mês¿. Na semana passada, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República informou que não há gravações para provar se a ex-secretária da Receita Lina Vieira se encontrou ou não com a ministra Dilma Rousseff no fim do ano passado porque as imagens das câmeras do Palácio do Planalto são guardadas por um período de um mês: O vice-presidente do Sesvesp critica: ¿ Esse é o período de retenção de uma padaria. O armazenamento desses dados é sempre determinado pelo cliente. Mas um período tão curto de tempo jamais seria admissível para um órgão dessa importância. Seria por seis meses ou mais.

Ele diz que, pela experiência do sindicato, que reúne 140 empresas de vigilância, um sistema usual de armazenamento de imagens numa empresa média é de 45 a 60 dias.

A prática é que discos com as gravações das imagens sejam arquivados por esse tempo, em grupos de dez, até serem apagados novamente: ¿ A retenção de imagens dessa importância é uma necessidade.

Segundo Lucia Mutto, diretora administrativa do condomínio Av. Rio Branco 1, no Centro do Rio, o prédio tem um sistema moderno de segurança, que permite gravar e guardar os registros de pessoas que entram e saem por tempo indeterminado, por meio de backups.

Por questões de segurança, ela não revela o tempo de armazenamento das imagens.

Para ela, o tempo depende da necessidade e da avaliação de risco das empresas.

O especialista em segurança predial do Secovi-Rio (Sindicato de Habitação), Raimundo Castro, diz que os equipamentos modernos guardam as imagens por até 45 dias. Segundo ele, após esse tempo é feita uma análise dos vídeos e só são guardadas as imagens que tiverem alguma relevância.

A oposição pretende insistir na convocação da ministra Dilma e monta estratégia para questionar as informações oficiais do GSI a respeito da falta de um arquivo de imagens e registros da entrada de veículos e pessoas no Planalto.