Título: CPI é instalada para investigar a tucana Yeda, que terá maioria
Autor: Souza, Carlos
Fonte: O Globo, 27/08/2009, O País, p. 10

Dos 12 integrantes, só 4 são da oposição, que fez ontem 11 requerimentos

PORTO ALEGRE. A CPI que vai investigar suposto desvio de recursos públicos pelo governo Yeda Crusius (PSDB) foi instalada ontem na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O dia foi marcado por manifestações de pontos de vista divergentes entre a presidente da comissão, a oposicionista Stela Farias (PT), e o relator, o tucano Coffy Rodrigues. A CPI é composta de 12 deputados, dos quais oito são da base de Yeda.

Stela disse que a CPI fará um ¿esforço muito grande para chegar à verdade¿ sobre as denúncias que atingem a governadora e aliados. A comissão trabalhará com base nas apurações da ação penal resultante da Operação Rodin, sobre desvio de R$ 44 milhões do DetranRS, e da ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público contra a governadora e mais oito pessoas.

¿ Qualquer obstrução dos trabalhos é fechar os olhos, e com isso não compactuaremos ¿ disse Stela Farias.

Coffy, que tem experiência de menos de um ano como deputado, não escondeu que o governo procurará blindar alguns dos envolvidos. Ele quer começar ouvindo os dois últimos presidentes do Detran, Estella Simon, que se demitiu, e Sérgio Buchmann, que foi exonerado. O relator criticou a presidente da CPI, afirmando que ela ¿precipitou¿ o processo em entrevistas em que falou sobre a forma de funcionamento da comissão.

¿ A CPI não é de uma pessoa só, tem de se respeitar o colegiado. Queremos evitar abusos e o circo político ¿ declarou o relator tucano.

Ao instalar a CPI, o presidente da Assembleia, Ivar Pavan (PT), pediu que os deputados pensem no interesse público.

A bancada de oposição protocolou 11 requerimentos, e a governista, um. A primeira sessão será terça-feira.

Integram a CPI, além de Stela e Coffy, os oposicionistas Daniel Bordignon (PT), Gilmar Sossella (PDT), e Paulo Borges (DEM); e os governistas João Fischer e Pedro Westphalen (PP), Sandro Boka e Gilberto Capoani (PMDB), Adilson Troca (PSDB), Luciano Azevedo (PPS) e Iradir Pietroski (PTB).