Título: PMDB e PT vão controlar as relatorias
Autor: Camarotti, Gerson; Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 01/09/2009, Economia, p. 22

Apesar do pedido de urgência, governistas admitem que votação pode ficar para 2010

BRASÍLIA. O PMDB e o PT comandarão a tropa de choque do governo no Congresso nas discussões dos projetos do novo modelo de exploração do pré-sal e ficarão com a relatoria. Para os governistas, a estratégia de pedir urgência constitucional para a tramitação dos projetos na Câmara e no Senado tem o objetivo de tentar controlar o processo e de evitar, ao máximo, alterações nos textos originais.

Apesar de o rito da urgência constitucional prever 90 dias para as votações, na prática esse prazo pode se estender e os próprios governistas admitem que votações podem ficar para 2010. Além disso, em outras ocasiões, o governo retirou o pedido de urgência por falta de consenso político. A oposição criticou a decisão de acelerar o debate e avisou que vai reagir.

O PMDB está usando seu peso de maior partido da Casa para ficar com a relatoria do projeto que trata do sistema de partilha no novo modelo. O líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), deve assumir a função de relator do projeto. O acordo com o PT foi feito ontem à noite.

Já o PT deve ficar com a relatoria do projeto que cria o Fundo Social. Ontem, o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP), citou o nome de Antonio Palocci (PT-SP) para assumir uma das relatorias, o que seria um pedido do presidente Lula. O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) avisou que gostaria de ser indicado para relator de uma das propostas.

Oposição critica pressa para aprovar projetos

Como são quatro projetos, PMDB e PT ainda decidirão quem ficará com o projeto que cria a Petro-Sal ou com o que trata da capitalização da Petrobras. A tática dos governistas é criar uma ou mais comissões especiais para tratar dos projetos, evitando que os textos passem pelas diversas comissões temáticas da Casa.

A oposição criticou a pressa do governo e acusou o Planalto de fazer um ato eleitoral para promover Dilma Rousseff.

¿ Foi tudo mentira para enganar o Rio de Janeiro. Nossa intenção é ser contra ¿ disse o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ).