Título: Ex-ministro foi morto com 38 facadas em Brasília
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Fonte: O Globo, 02/09/2009, O País, p. 12

Para polícia, crime pode ter sido cometido por quem conhecia a família; porta não foi arrombada

BRASÍLIA. A polícia suspeita que os assassinatos de José Guilherme Villela ¿ ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral e ex-advogado do ex-presidente Fernando Collor ¿, da mulher dele, Maria Carvalho Mendes, e da empregada do casal, Francisca Silva, tenham sido cometidos por pessoas que conheciam a família. Os três foram mortos a facadas na noite de sexta-feira, pouco antes do jantar, no apartamento em que moravam na SQS 113 Sul. Não há indícios de arrombamento da porta do apartamento, no sexto andar do prédio, e nem na portaria do edifício. Os criminosos levaram jóias e dólares.

¿ Aparentemente a pessoa teve acesso com facilidade ao apartamento ¿ disse o secretário de Segurança do Distrito Federal, Valmir Oliveira.

Os corpos dos três mortos foram descobertos na segunda-feira pela neta do casal. O primeiro laudo divulgado pela polícia indica que Villela foi assassinado com 38 facadas, 12 pelas costas e 26 no peito. Maria Carvalho foi morta com 22 facadas e Francisca Nascimento sofreu 12 golpes. Os levantamentos iniciais da perícia indicam ainda que os criminosos mataram primeiro a empregada, depois Maria Carvalho e, por fim, José Guilherme Villela. A faca usada no crime foi encontrada pelos peritos.

A polícia suspeita da presença de mais de um criminoso na ação. Isto porque os três foram dominados, assassinados e não tiveram condições de alertar os vizinhos.

A delegada Martha Vargas, da 1ª Delegacia de Polícia, interrogou sete pessoas até o início da tarde de ontem. Foram ouvidos porteiros do prédio, parentes do casal e prestadores de serviços. Os porteiros teriam dito que não notaram a entrada ou a saída de estranhos no apartamento no dia do crime. O circuito interno de TV não faz gravações e, por isso, a administração do prédio não dispõe de imagens de moradores e visitantes do edifício.

Villela foi advogado do ex-presidente Collor durante o processo de impeachment no Senado, em 1992, no Supremo Tribunal Federal (STF).