Título: O processo de escolha
Autor: Carvalho, Jailton de. Alencastro, Catarina
Fonte: O Globo, 09/09/2009, O País, p. 3

A compra de novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) é um processo de dispensa de licitação em que a análise das propostas é cheia de sigilos. O principal argumento para manter a reserva é que se trata de tecnologia sensível de segurança. A seguir, o passo a passo da seleção feita pela FAB:

INÍCIO: Em 1998, a FAB deu a largada para o projeto FX. Cinco consórcios internacionais apresentaram propostas para venda de 12 caças. As propostas foram submetidas à análise da FAB.

PROJETO SUSPENSO: Em 2003, ainda sem conclusão sobre qual proposta era a melhor, o presidente Lula, logo nos primeiros dias de governo, suspendeu o processo de compra sob alegação de que a prioridade era o Fome Zero.

NOVO PROJETO: Em 2006, a FAB retomou o projeto de compra de caças. Batizado de FX-2, a nova versão previa compra de mais unidades(36) e havia pedido para aviões mais modernos. Quatro consórcios apresentaram propostas: de Rússia, França, EUA e Suécia. Os técnicos da FAB desclassificaram a proposta russa.

FINALISTAS: A FAB inspecionou instalações de fabricação e testou os caças finalistas: Gripen, da Suécia; F18 dos EUA; e Rafale, da França. Cada país teve que apresentar propostas de transferência de tecnologia e planilha de preços.

RELATÓRIO: Segundo a FAB, o relatório sobre as propostas financeiras e técnicas só será concluído no final deste mês. Depois o material teria que ser enviado ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que remeteria o processo para Lula.

CONSELHO: Antes de anunciar a escolha do vencedor, o presidente ainda deveria submeter o processo ao Conselho de Defesa Nacional, como ele mesmo declarara na semana passada.