Título: Governo comemora e oposição critica
Autor: Melo, Liana
Fonte: O Globo, 09/09/2009, Economia, p. 17

BRASÍLIA. O governo federal comemorou a melhora do Brasil no ranking mundial de competitividade, embora tenha admitido que reformas importantes, como a tributária e a política, não andaram, além de os juros continuarem elevados - pontos criticados no relatório. Em três anos, o país subiu 16 posições na lista, destacou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Ele disse que os juros no Brasil ainda são os mais altos do mundo, mas destacou que houve avanços na área jurídica. Bernardo considerou equivocado o fato de o Fórum ter classificado o Brasil em 109º lugar em termos de estabilidade macroeconômica.

- O Brasil tem segurança jurídica e estabilidade econômica. O último plano que se tem notícia é o Real, de 1994 - afirmou o ministro.

Ele argumentou também que o país está conseguindo avançar na área educacional - outro aspecto criticado pelo documento -, citando que a taxa de escolaridade subiu de 44% para 53% entre 2001 e 2007. Segundo o ministro, os investimentos que estão sendo feitos neste setor surtirão resultados positivos nos próximos cinco ou seis anos.

O ministro disse ainda que a falta de confiança nos políticos não é problema só do Brasil, mas admitiu que as crises políticas são constantes e têm longa duração por aqui.

Para o líder do governo na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana (PT-RS), um dos problemas é a falta de uma reforma política, que ele credita não ter avançado, devido a um "conjunto de disputas que fazem parte da democracia".

- Temos desafios. Mas recebo essa pesquisa de maneira muito positiva - disse.

Já o líder do PSDB, deputado José Aníbal (SP), culpou o atual governo:

- Não se faz reforma constitucional sem coalizão entre Executivo e Legislativo. Além do mais, Lula não quer nem ouvir falar de reformas e recua na primeira dificuldade. (Geralda Doca)