Título: Marina: Amazônia não é um santuário inviolável
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Fonte: O Globo, 14/09/2009, O País, p. 4

Em entrevista ao "El País", ex-ministra elogia os governos Lula e FH e é comparada a Obama Em entrevista ao ¿El País¿, publicada ontem, a senadora Marina Silva (PV-AC) disse que a Amazônia não é um santuário inviolável e defendeu o desenvolvimento sustentável na região.

Comparada pelo jornal espanhol ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, Marina elogiou os governos Lula e Fernando Henrique, reconhecendo os avanços econômicos e sociais no país nos últimos 16 anos. Marina, que trocou o PT pelo PV, é mostrada como ¿a companheira que desafiou Lula¿.

¿O termo socioambientalismo, que significa integrar a proteção à floresta com o desafio de promover a inclusão social, foi cunhado na Amazônia a partir da luta de Chico Mendes. Para nós, que somos da região, essa visão da defesa do meio ambiente nunca foi interpretada em termos de conservar essa terra como um santuário inviolável. Desde o início, o esforço era no sentido de integrar o meio ambiente e o desenvolvimento econômico em uma mesma equação¿, disse Marina.

Na entrevista, a ex-ministra defendeu não só as conquistas do governo Lula, mas também as de Fernando Henrique: ¿Existe um reconhecimento de que nos últimos 16 anos o Brasil conseguiu o equilíbrio fiscal e a estabilização da moeda, junto com a grande inovação introduzida por Lula e que foi a questão da distribuição de renda¿.

Sobre a possível candidatura de Marina em 2010, o ¿El País¿ compara a ex-ministra a Obama e diz que Lula ¿parece ignorar a pouca popularidade de (Dilma) Rousseff, famosa por sua personalidade forte e mão de ferro¿.

¿A personalidade de (Marina) Silva, de 51 anos, negra, de origens humildes como Lula, e com um forte sentido ético da política, torna as coisas bem mais difíceis.

Sua chegada à corrida eleitoral, com conotações que fazem lembrar a candidatura de Barack Obama, nos Estados Unidos, pode desviar a atenção de muitos jovens, interessados em suas ideias sobre o meio ambiente¿, diz o ¿El País¿, concluindo que Marina tem simpatia e é aberta ao diálogo.

Marina disse que, se for candidata, será para chegar ao segundo turno. Ela afirmou ainda que irá romper com os partidos tradicionais, como ¿fez o PT há 20 anos