Título: Crise no governo Yeda derruba presidente do TCE
Autor: Souza, Carlos
Fonte: O Globo, 16/09/2009, O País, p. 8

Indiciado por improbidade, Vargas alega problema de saúde e renuncia; denúncia de impeachment é lida na Assembleia

PORTO ALEGRE. O presidente do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, João Luiz Vargas, uma das autoridades indiciadas na ação de improbidade administrativa junto com a governadora Yeda Crusius (PSDB), renunciou ao cargo ontem, alegando problemas de saúde. Após o envolvimento de seu nome como um dos beneficiários do esquema de desvio de R$ 44 milhões do Detran-RS, Vargas perdeu as condições de permanecer como dirigente máximo do TCE, que tem entre suas atribuições exercer o controle externo das contas dos Poderes no estado.

Vargas foi um dos réus da ação de improbidade a ter seus bens bloqueados pela juíza da 3aVara Federal de Santa Maria, Simone Barbisan Fortes.

Há cerca de dez dias, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio de Noronha autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal do conselheiro do TCE.

A renúncia do cargo de presidente do Tribunal de Contas ocorreu por meio de carta endereçada a um colega conselheiro.

O ex-presidente chegou ao TCE indicado pelo PDT, pelo qual foi deputado estadual e presidiu a Assembleia Legislativa.

Recentemente, depois das denúncias, Vargas tirou férias do Tribunal de Contas.

Uma de suas últimas aparições em solenidades ocorreu no Palácio Piratini (sede do Executivo), no lançamento do Portal da Transparência pela governadora. Yeda e Vargas falaram na ocasião sobre a importância da transparência nos órgãos públicos.

Poucos dias antes, sua casa em São Sepé (região central do Estado) foi invadida por bandidos e sua família, agredida.

Vargas, ferido, precisou ser hospitalizado.

Ontem, no plenário da Assembleia Legislativa, foi lida a íntegra da denúncia de impeachment contra a governadora.

O presidente da Casa, Ivar Pavan (PT), disse ter a obrigação ética de tomar atitudes ¿em defesa da sociedade e no cumprimento das leis¿. Acrescentou que, ¿orientado por esta diretriz e após profunda análise documental¿, tem ¿convicção de que há fortes indícios que apontam para o cometimento de crime de responsabilidade por parte da chefe do Executivo¿