Título: Jobim confirma a preferência pela França para a compra de caças
Autor: Suwwan, Leila
Fonte: O Globo, 17/09/2009, O País, p. 8

Segundo ministro, governo só espera oficialização de promessas de Sarkozy

BRASÍLIA. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou ontem no Senado que o Brasil tem preferência política pela oferta da França no processo de compra de caças para a Força Aérea Brasileira. Ele acusou os EUA de terem histórico pouco confiável na transferência de tecnologia, sem citar exemplos. Para Jobim, fechar o negócio depende apenas da concretização das promessas feitas pelo presidente Nicolas Sarkozy, inclusive a transferência de tecnologia "irrestrita". Os país oferece 36 caças Rafale, da francesa Dassault. Participam ainda da licitação internacional da FAB, agora prorrogada, o F-18 da Boeing (EUA) e o Gripen NG da Saab (Suécia).

- O negócio não está fechado, mas há uma opção pela França, desde que se cumpram as questões de transferência de tecnologia. Em relação à parte técnica, os aviões se equivalem. Em 21 de setembro serão oferecidas as novas propostas técnicas, e vamos saber o que significa a transferência irrestrita e o preço compatível anunciados pelos franceses.

Lula critica "chutômetro" e "imaginação fértil" da mídia

Jobim falou por mais de quatro horas à Comissão de Relações Exteriores. Ele disse que, como jurista, não poderia ignorar os cerca de dez episódios dos EUA de embargo à transferência de tecnologia.

O presidente Lula, após um almoço no Itamaraty, afirmou que o processo é longo e não é hora de "chutômetro":

- Não é hora de ficar fazendo chutômetro. Essas coisas são muito sérias para a gente ficar tentando adivinhar o que vai acontecer. Esse é um processo longo. O que houve foi o compromisso do presidente Sarkozy para que retomássemos as negociações. A nota [divulgada pelo Itamaraty] comunica que houve uma proposta do presidente Sarkozy para que houvesse avanço nas negociações e, por conta disso, decidimos recomeçar as negociações. Agora, como somos um país de muita liberdade de imprensa e, sobretudo, de imaginação fértil das pessoas que fazem imprensa, cada um escreveu o que quis.