Título: Um freio na violência
Autor: Marqueiro, Paulo
Fonte: O Globo, 18/09/2009, Rio, p. 10

Estatística de julho mostra queda nos números de homicídio e de roubo de veículos

As estatísticas oficiais divulgadas ontem mostram que, em julho deste ano, houve redução em três dos quatro indicadores de violência considerados estratégicos pelo governo. O número de homicídios dolosos (com intenção de matar) caiu 3,9% em relação a julho de 2008 (passando de 413 para 397). A quantidade de roubos de veículos diminuiu 10,2% (de 2.207 para 1.982) no mesmo período. Os latrocínios (roubos seguidos de morte) tiveram queda de 14,3% (de 21 para 18). Já os roubos de rua (que levam em conta ataques a transeuntes, roubos de celulares e assaltos em coletivos) subiram 2,5% (de 7.349 para 7.558).

De acordo com as estatísticas divulgadas pelo ISP, os autos de resistência (pessoas mortas supostamente em confrontos com a polícia) tiveram aumento significativo: 40% (de 62 para 87). O número de estupros e de atentados violentos ao pudor também subiu (2,6% e 20%, respectivamente). Os roubos em coletivos cresceram 0,3% (de 735 para 737). Já os furtos de veículos tiveram redução de 3,2% (de 1.714 para 1.659). E os roubos de carga caíram 20,2% (passando de 258 para 206).

Beltrame: objetivo é cumprir metas

Também chamam a atenção nas estatísticas anunciadas pelo ISP os chamados sequestros com momentânea privação de liberdade (que duram até 24 horas): em julho deste ano, foram registrados 12 casos, contra quatro no mesmo período de 2008.

O número de roubos a residências também subiu. Em julho de 2009, houve 129 casos, contra cem no mesmo período do ano passado, representando um aumento de 29%. Na última terça-feira, bandidos armados invadiram um prédio de sete andares na Avenida Delfim Moreira 232, no Leblon, e assaltaram moradores de três apartamentos.

Ao divulgar ontem os números de julho - o primeiro mês que leva em conta o novo sistema de metas de redução da criminalidade -, o Instituto de Segurança Pública (ISP) informou que conseguiu cumprir dois dos três percentuais fixados pela cúpula da segurança. Os roubos de rua, por exemplo, poderiam aumentar até 7,2% (subiram 2,5%); os de veículos teriam de baixar 6,4% (a redução foi de 10,2%). Já em relação aos homicídios dolosos, a meta não foi atingida (eles teriam de diminuir 11,7%, mas caíram apenas 3,9%). Se a comparação dos homicídios for feita com base nos meses de maio, junho e julho deste ano, em relação ao mesmo período de 2008, o objetivo fica ainda mais distante: neste caso, o aumento foi de 10,7%.

As metas de redução dos índices de criminalidade foram estabelecidas para três tipos de crimes (homicídios dolosos, roubos de veículos e roubos de rua) e para todo o segundo semestre, o que significa que, até dezembro, elas ainda podem ser alcançadas.

O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse, durante visita ontem ao Morro Dona Marta, em companhia do ministro da Justiça, Tarso Genro, que as polícias estão empenhadas em cumprir as metas fixadas pelo governo:

- A meta é, sem dúvida, ousada. Temos de persegui-la. Nós temos que correr para atingir essa meta e o desafio é este. As duas polícias estão com essa meta. Ela está dada e é ela que será buscada.