Título: Álcool já aumentou 15% nas bombas em SP
Autor: Ribeiro, Fabiana
Fonte: O Globo, 23/09/2009, Economia, p. 23

Gasolina ficará R$ 0,03 mais cara

A alta de preços do álcool vendido pelas usinas, que vem ocorrendo desde o início deste mês, já começa a se refletir nos preços do produto ¿ e também no da gasolina ¿ vendidos nos postos revendedores. Um executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom) informou que, se os preços continuarem subindo nas usinas, apesar de se estar em pleno período de safra da cana de açúcar, dentro de dez a 15 dias o álcool hidratado (combustível) terá um aumento médio entre R$ 0,05 a R$ 0,10 por litro para os consumidores. A gasolina, que contem 25% de álcool anidro, terá um reajuste médio de R$ 0,03 por litro.

Em São Paulo, o álcool já teve um aumento de cerca de 15,5% nas últimas semanas, segundo o Sincopetro, sindicato que reúne os postos revendedores.

Segundo o executivo do Sindicom, os usineiros vem aumentando os preços desde o início de setembro. Há duas semanas, os preços do álcool nas usinas subiram em torno de R$ 0,05 por litro. O executivo disse que as distribuidoras receberam informações que esta semana haverá um novo reajuste, também de R$ 0,05 por litro, nas usinas.

Segundo dados da Esalq/USP, no último dia 18, o álcool hidratado estava sendo vendido nas usinas, sem impostos, a R$ 0,7882 o litro, contra R$ 0,7451 na semana de 4 de setembro.

Já o álcool anidro está cotado a R$ 0,9080 o litro, contra R$ 0,8512 na semana do dia 4, cerca de R$ 0,05 mais caro.

No Município do Rio de Janeiro, os aumentos de preços do álcool pelos usineiros ainda não se refletiram nas bombas de combustíveis, onde o produto está sendo vendido a um preço médio de R$ 1,609 o litro.

Em São Paulo, o presidente do Sincopetro, José Alberto Paiva Gouveia, disse que o álcool hidratado (combustível) está sendo vendido nos postos paulistas a um preço médio de R$ 1,49 o litro, contra R$ 1,29 no início do mês (alta de 15,5%).

Segundo Gouveia, os usineiros tem alegado que os aumentos de preços se devem às fortes chuvas que estariam prejudicando o corte da cana. Ele afirma que a produção de açúcar está mais rentável e representa quase o dobro da receita com a venda do etanol: ¿ Estamos em plena colheita da cana, e os preços sobem. Quando se estava na entressafra, os preços caíram. Sabemos que a produção de açúcar está mais atrativa, gera quase o dobro da receita do etanol. Alguém precisa explicar isso.