Título: As derrotas de Amorim
Autor: Berlinck, Deborah
Fonte: O Globo, 23/09/2009, O Mundo, p. 30

Itamaraty amarga outras rejeições BRASÍLIA. Essa não foi a primeira derrota da política externa do governo Lula. O Itamaraty amargou nos últimos anos rejeição às indicações do embaixador Luiz Felipe Seixas Corrêa para a direção da Organização Mundial do Comércio (OMC) e da ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie a uma vaga no Órgão de Apelação da entidade.

Em 2005, quando o nome de Seixas ainda estava no páreo, o governo brasileiro considerava de extrema importância a presença do embaixador no comando da OMC. Na época, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reclamou das articulações internacionais que impuseram a derrota ao representante do Brasil.

¿ Estamos decepcionados com o fato de que não houve uma fundamentação clara das razões que levaram à eliminação do embaixador brasileiro ¿ disse Amorim, logo depois da exclusão de Seixas da disputa.

Em 2007, nova derrota. O Brasil perdeu para o México a vice-presidência de Finanças e Administração, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o terceiro posto mais importante da instituição.

O cargo era ocupado pelo brasileiro Joaquim Levy, que foi ser secretário de Fazenda no Rio.

Este ano, o governo brasileiro foi surpreendido com a reprovação da indicação da ministra Ellen Gracie para o Órgão de Apelação da OMC.

A ministra até se afastou do STF para estudar temas vinculados ao Órgão de Apelação.

Mas foi preterida.