Título: Rombo do INSS sobe para R$ 29,9 bi
Autor: Beck, Martha
Fonte: O Globo, 24/09/2009, Economia, p. 30

Reajuste do salário mínimo contribuiu para a alta de 14,8% em 8 meses

BRASÍLIA. O déficit da Previdência Social atingiu, entre janeiro e agosto, R$ 29,902 bilhões ¿ resultado de uma arrecadação com as contribuições previdenciárias de R$ 111,837 bilhões e gastos de R$ 141,739 bilhões com benefícios. Em relação a igual período de 2008, quando o descasamento entre contribuições e despesas somou R$ 26,037 bilhões, o rombo nas contas do INSS subiu 14,8%.

O reajuste do salário mínimo, segundo o Ministério da Previdência, ajudou a elevar o desequilíbrio este ano.

Os números foram apresentados ontem pelo governo, que mudou a metodologia da divulgação dos dados, separando a contabilidade das aposentadorias entre urbanas e rurais, o que minimiza o tamanho do desequilíbrio do regime, embora o caixa seja o mesmo. Enquanto o déficit urbano atingiu R$ 4,622 bilhões entre janeiro e agosto, nas áreas rurais ¿ onde a maior parte dos segurados não contribui para o regime de aposentadoria ¿ foi de R$ 25,280 bilhões. O novo método começou a ser usado mês passado, tanto pela Previdência Social, quanto pelo Tesouro Nacional.

Em agosto, o déficit da Previdência foi de R$ 5,19 bilhões, aumentando 22,4% em comparação ao resultado negativo de R$ 4,24 bilhões registrado no mesmo período do ano passado.

Em relação ao mês anterior, o rombo cresceu 67,4%, devido à antecipação de parte do décimo terceiro salário aos aposentados e pensionistas do INSS, além de ter havido uma ligeira queda nas receitas com as contribuições recolhidas pelas empresas.

Segundo o Ministério da Previdência, o pagamento de metade do décimo terceiro para aposentados e pensionistas que recebem até um salário mínimo teve o custo adicional de R$ 1,65 bilhão no mês passado.

Em setembro, quando será pago o restante, o impacto será de R$ 6,2 bilhões.

A Previdência Social pagou em agosto 23,241 milhões de benefícios entre aposentadorias, pensões, salário-maternidade e auxílio-doença. Foram pagos ainda 3,422 milhões a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. O valor médio dos benefícios atingiu R$ 707,41, alta de 27,1% entre janeiro e agosto.