Título: Na Amazônia, desmatamento cai 34%
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Fonte: O Globo, 25/09/2009, O País, p. 8

Mas derrubada ainda foi equivalente à metade do município do Rio em agosto

SÃO PAULO e BRASÍLIA. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou ontem que o seu sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), baseado em levantamento de satélites, constatou desmatamento de 498 km2 da floresta amazônica em agosto, área equivalente a cerca de metade do município do Rio. Comparado com o mesmo período do ano passado, quando 756 km2 de florestas foram derrubados, houve queda de 34%.

Dos 498 km2 de destruição, 301 km2 ocorreram no Pará, 105 km2 no Mato Grosso e 51 km2 em Rondônia. Nos demais estados da Amazônia, o desmatamento chegou a 41 km2.

Com a maior parte dos dias de tempo bom, os satélites puderam fazer uma boa leitura da área. Apenas 17% da região estavam cobertos por nuvens.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse estar certo de que este ano o país vai registrar a menor perda florestal das últimas duas décadas: ¿ Vamos ter o menor desmatamento dos últimos 21 anos, seguramente abaixo de nove mil km2. Mas o nosso menor desmatamento ainda é muito grande. Eu não comemoro.

Segundo ele, a queda de 34% registrada em agosto é fruto de operações de Ibama, Polícia Federal e Força Nacional contra o desmatamento.

¿ Essa queda é real. Esse resultado tem sido obtido pela intensidade das operações.

Estamos asfixiando os desmatadores.

Tava muito mole. A gente tem que trabalhar para que o crime não compense.

Desde março de 2008, foram instalados 214 inquéritos Levantamento da PF mostra que, no Pará, desde março de 2008, foram apreendidos 93,936 mil m2 de madeira ilegal e instaurados 214 inquéritos policiais para apurar crimes ambientais.

No país, foram apreendidos 200 mil m2 de produtos madeireiros.

As maiores concentrações de desmatamento estão no sul do Pará, ao longo das rodovias PA150, Transamazônica e BR-163.

O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) diz que houve desmatamento de 22,5 mil km2 na região entre 2000 e 2008, área equivalente a metade do Estado do Rio. Para o Imazon, reina a impunidade: queimadas, desmatamentos ou exploração ilegal de madeira teriam gerado cerca de R$ 21 milhões em multas, mas apenas pequena parte foi paga.

Minc criticou ontem o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que acusa o Ibama de conceder licenças ambientais por pressão política: ¿ Li o relatório de trás pra frente e não tem nada disso. Não tem um caso concreto