Título: O fenômeno dos europeus convertidos ao islã
Autor:
Fonte: O Globo, 06/09/2007, O Mundo, p. 29

Polícia alemã mantém islamistas sob vigilância.

A característica que mais chama a atenção nos atentados frustrados pela polícia alemã é que dois dos suspeitos de terrorismo são alemães convertidos ao islamismo. Um deles tem um nome tipicamente alemão, Fritz, o diminutivo de Friedrich. Este é um fenômeno que vem sendo observado há anos.

Outro convertido alemão com vínculos terroristas é Christian G., que está preso em Paris acusado de preparar os atentados de 2002 na ilha tunisiana de Djerba, onde morreram 21 pessoas, entre elas 14 alemães.

Na Inglaterra, o ex-hindu convertido ao Islã Dhiren Barot cumpre pena de prisão perpétua por planejar ataques tanto no Reino Unido quanto nos EUA. Ele é cidadão britânico. Em 2005, uma belga convertida realizou um ataque suicida nas cercanias de Bagdá. Dois anos antes, o britânico Richard Reid, também convertido, tentou detonar uma bomba oculta em seu sapato durante um vôo intercontinental. Ele cumpre prisão perpétua nos Estados Unidos.

Os homens detidos terça-feira estavam dispostos a perpetrar um massacre contra civis alemães. Dos milhões de habitantes da Alemanha que procedem de países de maioria muçulmana, boa parte professa esta fé. A polícia alemã mantém vários grupos islamistas sob vigilância, suspeitando de contatos com terroristas internacionais.

Os atentados de Londres em 2005 nos ensinaram que a al-Qaeda não é uma organização terrorista no sentido estrito, mas um movimento ao qual se juntam grupos autônomos formados muitas vezes por cidadãos nascidos no país onde ocorrerão as matanças.