Título: Tropa de choque de Renan agora pede pressa
Autor: Lima, Maria
Fonte: O Globo, 04/09/2007, O País, p. 9

BRASÍLIA. A tropa de choque de Renan Calheiros (PMDB-AL) desistiu de novas manobras protelatórias, e o presidente do Senado mandou avisar aos relatores e ao presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), que agora quer agilizar seu processo por quebra de decoro, para que a votação em plenário aconteça o mais rapidamente possível. Ontem, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) anunciou que encaminharia recurso à Comissão de Constituição e Justiça contra a votação aberta no Conselho, prevista para amanhã. Mas, informado de que não teria efeito suspensivo e que a votação aconteceria de qualquer jeito, desistiu.

A previsão é que o parecer pela perda de mandato, dos relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), seja aprovado por dez votos contra cinco. Ontem, Renan não apareceu no Senado. Ele prepara com o advogado Eduardo Ferrão um memorial para rebater a acusação.

O corregedor Romeu Tuma (DEM-SP), que viajaria para a Áustria e seria um voto a menos contra Renan, desistiu. Anunciou que abrirá novas investigações sobre Renan e o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), em função das denúncias publicadas no fim de semana. Tuma disse que Jucá deve explicações sobre o depoimento do advogado Bruno de Miranda Lins, divulgado pelas revistas "Época" e "Veja". Juntamente com Renan, Jucá foi acusado por Lins de integrar um esquema de corrupção no Ministério da Previdência e no INSS que favoreceria os dois peemedebistas.

Jucá disse ontem que não conhece o advogado Bruno Lins. Alega que, em sua gestão no Ministério da Previdência, o BMG já operava com crédito consignado - segundo a denúncia Jucá, Renan e outros integrantes do PMDB teriam favorecido o BMG com o programa lançado pelo governo Lula.

COLABOROU Isabel Braga