Título: Sou o mais satisfeito e o mais insatisfeito
Autor: Paul, Gustavo
Fonte: O Globo, 07/09/2007, O País, p. 5

Na TV, Lula traça bom cenário, mas alerta para crises externas.

BRASÍLIA. Em pronunciamento na TV ontem à noite, o presidente Lula traçou um cenário animador do país, dizendo que o país tem solidez econômica e política, além de viver um amplo movimento de inclusão social. Mas afirmou que é preciso manter a vigilância para evitar que o país seja atingido pelas turbulências econômicas externas. Na fala em comemoração aos 185 anos da Independência brasileira, Lula afirmou que há motivos para acreditar no país.

Segundo ele, o Brasil passa por uma grande transformação, mas é mais fácil perceber as dificuldades. Lula citou a produção de biocombustíveis, que, na avaliação dele, é motivo "para ter fé no Brasil":

- O Brasil vive hoje um período de solidez econômica e política. Mais que isso: vive um amplo movimento de inclusão social, de uma intensidade nunca vista. Mais de 8 milhões de brasileiros saíram da linha de miséria. O crescimento se espalha por todos os setores e por todo o país.

Lula disse ser um brasileiro insatisfeito porque ainda há uma dívida social com os mais pobres, a classe média enfrenta dificuldades e o setor produtivo necessita de incentivos. Ele afirmou que o governo tem coragem para avançar nas áreas econômica, social e política, na ética e no combate à impunidade.

- Sou, hoje, o brasileiro mais satisfeito e o mais insatisfeito deste país. O mais satisfeito porque estou tendo a honra de liderar um processo muito especial de transformação do nosso querido Brasil. O mais insatisfeito porque estou convencido de que podemos andar ainda mais rápido e melhor - disse Lula.

Em cinco minutos de fala, Lula afirmou que as oportunidades de emprego estão crescendo e a miséria diminuindo, mas o país precisa crescer mais.

- Isso não significa que possamos baixar a guarda na luta contra a inflação. Ao contrário, é tempo de vigilância e alerta permanente. Só assim teremos força, como estamos tendo, para enfrentar os abalos externos e os problemas internos.