Título: Orçamento 2008 prevê R$1,16 bi para o Rio
Autor: Paul, Gustavo
Fonte: O Globo, 08/09/2007, O País, p. 8

Aliança entre Lula e Cabral ajuda a aumentar em 88,1% proposta de investimentos do governo federal no estado.

BRASÍLIA. A proposta de Orçamento para 2008 prevê investimentos de R$1,166 bilhão do governo federal no Estado do Rio de Janeiro. O namoro entre o governador Sérgio Cabral (PMDB) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ajudou a aumentar esse valor, 88,1% maior do que o previsto na proposta de Orçamento para este ano, que ficou em R$620 milhões. Descontados os recursos destinados aos Jogos Pan-Americanos, o investimento federal no Rio sobe mais: 116,3%. Cabral receberá o segundo maior volume de recursos entre os estados, perdendo só para Minas, que levará R$1,75 bilhão, do qual 71% serão destinados às estradas: Minas tem a maior malha rodoviária do país.

Arco Rodoviário receberá R$190 milhões do PAC

No Rio, as verbas estão espalhadas por 12 órgãos. O principal motor da dinheirama é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Destacam-se os setores de transportes, habitação e saneamento. Um dos maiores volumes de recursos será destinado às obras do Arco Rodoviário, que receberão R$190 milhões para três trechos.

- O projeto era tocado desde o governo Garotinho, mas ficou na geladeira. Agora, em alguns meses os projetos foram concluídos e os recursos previstos. Boas relações são essenciais para criar ambiente mais favorável a investimentos - diz o deputado Jorge Bittar (PT-RJ).

O governo federal cumpriu a promessa de prever recursos para obras de urbanização e regularização fundiária no Rio, na estratégia de enfrentar a violência melhorando a infra-estrutura das populações carentes. Serão R$298,3 milhões para urbanização na Rocinha, em Manguinhos e no Complexo do Alemão. Também devem receber recursos o Pavão-Pavãozinho e o Morro do Preventório, em Niterói.

Alguns setores terão mais recursos de custeio, ou seja, para manter a máquina em funcionamento, que para investimentos. É o caso da saúde, comandada pelo carioca José Gomes Temporão. Enquanto os investimentos no setor caíram 14% (serão R$160 milhões, quando em 2007 foram R$186 milhões), os recursos para o dia-a-dia de hospitais e ambulatórios subiu 9,1%.

Somando custeio e investimento, o dinheiro para a saúde aumentou 7,7%. O mesmo ocorre na educação, onde o investimento cairá 11%, mas a verba de custeio crescerá 52%. Para a área de segurança, o Orçamento prevê pouco de investimentos federais. Apenas R$9,5 milhões para obras, como a reforma da sede da Polícia Federal. O restante virá no bojo dos programas governamentais.

Previsão dos recursos não assegura dinheiro vivo

O fato de os recursos constarem na proposta enviada ao Congresso na semana passada não significa que se transformarão em dinheiro vivo. A proposta é uma carta de intenções que pode ser alterada pelos parlamentares, e dependerá da boa vontade do governo em liberar recursos. Também é preciso que existam projetos prontos. É o caso dos R$41 milhões para construção da nova sede do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). Os mesmos recursos estavam prometido para 2007, mas a licitação para início das obras não foi feita.

O governo fluminense diz que os entraves vão acabar:

- Nosso compromisso é fazer o investimento acontecer, e com qualidade. A postura do governo federal com o governo do Rio é um testemunho da confiança - diz o secretário da Fazenda, Joaquim Levy.