Título: Líderes de Ásia-Pacífico prometem empenho para fechar Rodada de Doha
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Fonte: O Globo, 10/09/2007, Economia, p. 18

Declaração conjunta diz que há urgência no progresso das negociações da OMC.

SYDNEY e BRUXELAS. Os líderes da região Ásia-Pacífico têm observado um "progresso real" nas negociações comerciais em curso em Genebra e prometeram flexibilidade e vontade política para finalizar a Rodada de Doha até o fim deste ano. O Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que terminou ontem em Sydney, pediu para todos os países assumirem o mesmo compromisso.

Dirigentes do bloco, cujas economias representam mais da metade do comércio mundial, afirmaram, em declaração conjunta, que há uma "necessidade urgente de progresso" nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Eles afirmaram ser essencial progresso nos setores em que há divergências, como agricultura e produtos industriais, e disseram que seus ministros retomarão as negociações com base nos compromissos propostos para os mercados agrícolas e não-agrícolas. "Mais uma vez, pedimos para nossos parceiros fazerem o mesmo", diz a declaração.

No sábado, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, havia dito que as negociações podem estar na direção de um acordo.

A Apec também fez uma declaração sobre mudança climática e pediu o estabelecimento de metas não-obrigatórias de emissão de gases nocivos e para que cada membro corte as emissões.

- Este é o primeiro acordo desse tipo envolvendo os maiores poluidores: EUA, China e Federação Russa - disse o primeiro-ministro australiano, John Howard.

Para Rato, crise pode ser saudável à economia global

Já a Comissão Européia vai revisar amanhã suas previsões de crescimento deste ano para a zona do euro e a União Européia (UE), devido à recente turbulência dos mercados internacionais causada pela crise das hipotecas nos EUA. O último dado, de maio, estima expansão de 2,6% e 2,9%, respectivamente.

A crise pode ser saudável para a estabilidade da economia global a médio prazo, afirmou ontem o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, ao jornal britânico "Financial Times". Rato acredita que a crise de crédito é séria, mas que será amortecida pela solidez da economia global.