Título: PT tenta evitar aliança entre DEM e PMDB no Rio
Autor: Balbi, Aloysio e Menezes, Maiá
Fonte: O Globo, 12/09/2007, O País, p. 11

Petistas vão pedir a Sérgio Cabral que impeça o acordo.

BRASÍLIA. A direção nacional do PT vai tentar mudar a decisão do PMDB de se aliar ao DEM nas eleições municipais no Rio de Janeiro. Os petistas vão procurar o governador Sérgio Cabral (PMDB) para pedir que impeça a concretização da aliança. A vice-presidente do PT, deputada Maria do Rosário (RS), afirmou que o acordo entre PMDB e DEM não é desejável e que seu partido vai continuar trabalhando para ter o PMDB ao lado dos petistas nas eleições do Rio:

- Essa aliança não é coerente com as conversas entre os partidos aliados, os acordos firmados com o governador Sérgio Cabral e o apoio que o Rio vem recebendo do governo federal.

O líder do PT na Câmara, Luiz Sérgio (RJ), também criticou a aliança arquitetada pelo prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), e pelo presidente regional do PMDB, Anthony Garotinho, e vai propor, na reunião do diretório regional do partido, sexta-feira, a aprovação de resolução que proíba alianças com o PMDB de Garotinho e o DEM.

Caso seja aprovada, a resolução também inviabilizará a aliança do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Faria (PT), que pretende disputar a reeleição tendo como vice o presidente regional do DEM, deputado Rogério Lisboa.

- Há vários PMDBs no Rio. Vou defender que o PT aprove resolução que o impeça de promover alianças com o PMDB do Garotinho e o DEM. Nosso entendimento é com o PMDB do Cabral - disse Luiz Sérgio.

A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), reagiu com ironia:

- Morro e não vejo tudo. Espero que o Cabral reverta essa decisão.

Presidente do PMDB aprova aliança com o DEM

O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), aprovou a aliança e disse que ela não contraria o esforço dos partidos aliados de buscar união nas eleições municipais. Há duas semanas, ele reuniu presidentes e líderes dos 11 partidos que apóiam o governo Lula para debater o lançamento de chapas conjuntas dos partidos governistas em 2008. O encontro, estimulado por Lula, não avançou em relação a chapas comuns no primeiro turno.

- Ficou estabelecido entre os 11 partidos do governo que buscaríamos preferencialmente candidaturas comuns. Mas sabemos que existem realidades locais e que é impossível alianças em toda parte - disse Temer.

O peemedebista acrescentou que o acordo entre os dois diretórios regionais, de não nacionalizar a campanha municipal, é positivo porque não atrapalha a aliança nacional do PMDB com o presidente Lula e o PT.

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse que o acordo atende a preocupação do governador do Rio, Sérgio Cabral, de não ter como pauta a oposição ao governo Lula.